Bom, hoje vou continuar a contar um pouco mais sobre a minha estada naquele dia em que Addi me deixou no deserto.
Mas, antes vou comentar com voces, que eu tinha tido um sonho no qual Addi me avisava que alguem ou algumas pessoas esta (ao) a me vigiar.
Estao me espionando, sem boas intencoes...foi o que ele me avisou!
Pois, nao sei se é coincidencia ou nao, mas no mesmo dia em que escrevi sobre isso, meu lap top nao respondia mais a meu comando - mause tava morto, a seta ia para outros lugares que nao era o que escolhi, as páginas nao viravam.
Fora, que meu outro blog, quando alguem abria apareceu aviso do anti-virus da pessoa, avisando que meu blog estava com um malware malicioso....
Bom, Addi estava certo, mesmo quando se foi meu amor continua a tentar me ajudar.
Resta-me agora pedi a um amigo, que de uma varredura no lap top e descubra quem invandiu meu lap top, se foi invasao, ou se foi outra coisa, ele saberá o que fazer....
Para o Addi, coloquei no meu mixpod as valsas que ele gostava e tocava, nao todas, mas algumas e aqui também uma delas.
Deserto
Eu aguardava uma ligacao do Addi, ou uma mensagem...
Cochilei um pouquinho, nao conseguia comer nada, tava com o estomago fechado, só me sentia um pouco mal com a temperatura do deserto, apesar que dentro do Hotel era bastante agradável, mas eu sou assim mesmo - meu corpo sente que há diferenca mesmo que eu esteja do lado de dentro, no fresco, na protecao.
Eu estava sentada no sofá do Hotel, e vi que um homem com vestimenta azul se aproximou da mulher que atendeu ao Addi, e depois eles olharam para mim.
Ele veio em minha direcao - eu pensei que era um dos homens que acompanhava os rapazes brasileiros, era identico - a mesma barba, o mesmo turbante, a cor de pele, dos olhos -pareciam gemeos!!!
Fiquei feliz pensando que eles mandaram ele me buscar.
Quando ele se aproximou - eu... alegre - levantei rapidamente e esperei ele falar alguma coisa.
Educadamente se apresentou e disse que veio me buscar, eu sorri e respondi que estava pronta, poderíamos ir.
E um risinho malévolo dentro de mim dizia - " Tá vendo Addi, voce vai sentir agora o que estou sentindo, ficar aqui, punida sem saber porque"
Olhei para a mulher e com os olhos me despedi, ainda que ela nao merecesse, com os olhos sinalizei um adeus cordial e um agradecimento.
O importante é que eu estava indo embora, nao sabia bem para onde, mas que interessava, eu estava já fora de mim, e quando isso acontece pode ser que eu me precipite em minhas emocoes sim - porem, nunca em minha vida minhas precipitacoes magoaram ou feriram outrem senao a mim mesma.
-Oh! nunca facam isso, pois apesar do Marrocos ser um país que vive no meu coracao, lá, assim como em todos os lugares há perigos, eu sempre tive sorte, mas nao devemos brincar com a sorte.
Ele me mostrou o meu veículo - um dromedário!!!!
Pensei - ué, mas se eu vou para a equipe que está fazendo "trekking" por que devo ir de dromedário?
Depois, "iluminadamente" pensei que eles nao tinham retornado, sim...era isso, mandou ele me buscar e eu iria me juntar a eles, Ok...por que nao?
Ele me ajudou, organizou as minhas coisas....e fomos...para onde ?
Nao me perguntem...naquela altura eu estava indo para longe de tudo que Addi tinha planejado para mim, eu estava punindo-o por me dar aquela solidao.....
A temperatura agora iria mostrar sua forca na minha cabeca, ainda que estava protegida.
Sou brasileira, já peguei verao de 43 graus no Brasil, suporto sim, vai ver - pensei!!!
E assim, cheia de esperanca - montada no meu dromedário favorito, a pequenina Fri ia toda orgulhosa de sua fuga....
Ele a pé, eu lá no chacoalhar do dromedário...eu já comecava a sentir a dor nas costas....eu já comecava a ficar enjoada, eu já estava arrependidaaaaaaaaaaaa!
Mas, nao queria dar o braco a torcer, ele olhava para mim, queria se certificar que eu estava bem...e eu fazia aquela cara de que estava "poderosa".
Depois apareceu mais uns deles - eita!
O que houve, eram igualzinhos, todos de azul, mesmo turbantes, mesmo rosto...será que eram eles uma mirage!!!
Para mim parecia que já tínhamos andado tanto, e nao era nada, se eu olhasse para trás ainda avistava o Hotel...
Será que eu poderia desmaiar?
Queria e precisava tanto dar uma desmaiada...talvez vomitar também!!!!
Fui ficando branca....e mais branca até nao aguentar e avisar que tava morrendooooo!
Me ajudaram a descer e me fizeram beber água, e ficar na protecao da sombra de uma barraca que montaram...uma barraquinha comparada as que estavámos para ir.
Um deles, falando muito, tirou um nao sei o que de dentro de uma sacolinha deles, parecia um líquido nojento, e deu pro outro me oferecer...
Ele estava tao educado tentando me ajudar que eu decidi aceitar, qualquer coisa seria melhor do que aquela sensacao de vontade de colocar tudo para fora - tudo o que, nao tinha mais nada!
Bebi aquela coisa nojenta....e paf! mágica - 5 minutos e já comecava a me sentir melhor, e para nao me atrasar e encontrar logo os rapazes eu pedi a eles se poderíamos ir logo.
Ficaram felizes que poderiam seguir....
Gente, foi uma vez para nunca mais na minha vida, sem o Addi nada tava valendo a pena!
Que sofrimento!
Acho que nao vou contar tudo que passei para nao desestimular ninguem.
Lembrem-se que eu sou fraca mesmo, eu tinha que passar mal, desde quando faco uma viagem sem passar mal?
Entao, vamos ver se eu consigo deixar sem contar o meu calvário até chegar numa tenda berbere.
Eu parecia um zumbi, uma morta viva, quando vi aquela tenda, aquele monte de tapetes jogados sobre a tenda, outros tantos pela areia, me pareceu um castelo.
Fiquei tao feliz!
Se aproximou uma mulher, que bom! E logo vi mais um senhor.
Todos eles falavam um tipo de dialeto, já tinha ouvido algumas vezes com os empregados do Addi.
Nao entendia nada, mas o som do dialeto nao me era mais tao estranho.
Me sentia moida, torrada e depois esmagada, completa para morrer ali mesmo!
Fui salva pela generosa senhora berbere, que me ofereceu algo para comer e beber - comi e bebi sem pensar, qualquer coisa que nao fosse areia, ou calor demais eu estava aceitando!
Por que o deserto tinha sido mais lindo quando eu estava com o Addi?
Ali, sozinha, tudo tava parecendo tao árduo, sem prazer, so dureza!
E cade o meu povo, cade meus irmaos brasileiros?
Decidi fazer perguntas - com cuidado, mas nao muito, já que as mulheres berberes sempre tiveram mais liberdade que as mulheres arabes, me aproximei e polidamente indaguei sobre eles.
Ele respondeu que tudo iria ficar bem, parecia que nao tinha me entendido muito bem!
Mas, ele falava ingles perfeito, talvez meu ingles nao foi bom, do jeito que eu tava acho que naquela altura meu ingles soou a ele como grego!
E ali, daquele dia em diante conheci alguns segredos do deserto - o deserto esconde - ou guarda os muitos segredos da humanidade -por toda parte, desde Egito e outros países, os desertos, como guardiaes salvam informacoes e muitas outras coisas.
Mas, como nem tudo nesse mundo pode ser revelado, permanecerao para sempre sob as areias da imensidao desértica.
Foi depois de ter estado por lá que entendi o que Addi queria que eu "entendesse" - aprendesse.
Hoje, vou parar, já estou com sono...muito cansada.
Amanha tento contar um pouco mais....
Deixo com voces um pouco sobre o Fennec - a raposa do deserto!
Vou mostrar a foto de um dos animais que o Addi me deu um de pelúcia - acho-o lindo, é uma raposa do deserto - eles o chamam de Fennec. Linda, nao é?
Pena que quando o homem a caca e a prende faz as mesmas misérias que sempre faz com todos os animais que ele coloca as maos...nem vou falar para nao me entristecer...
Fennec - a raposa do deserto
quem quiser ler sobre ele encontrei alguns sites, mas coloco 2 e deixo que voces busquem mais se se interesseram.
http://www.edukbr.com.br/mochila/quiosque/raposa.htm
http://raposaequina.blogspot.com/2011/06/feneco-raposa-do-deserto.html
