http://www.allfamouswonders.com/africa/annaba-bay-great-city-of-algeria-africa/
" Querido Addi, gostaria de fazer a vida voltar atrás. Talvez num simples ato de olhar para trás dos meus ombros ver-te a me estender os bracos, convidando-me pro aconchego do seu abraco - sentir o conforto de seu calor!"
Saudades!"
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Nota
A Fri me permitiu colocar algumas de suas fotos, para mostrar as pessoas a mudanca no seu rosto, mostrar como o tempo passou.
Como a idade está deformando o frescor da juventude, assim como acontece para todos nós.
Porém, fotos nas quais mostram bastante as marcas de doencas, ou das fases em que lutou contra várias doencas e ainda luta, ou mesmo do envelhecimento que ela está enfrentando, eita, essas ela nao permite.
-Por que nao, heim Cinthia?
-O gente, tudo que se coloca na net fica para sempre.
Fora isso, ela sempre me diz:
- ai, Ci se mostrarmos muito sofrimento, entao será essa lembranca que terao de mim, mostre-me o melhor que puder, nem que seja preciso repetir as fotos antigas.
Fotos de doenca sao mais fortes que palavras contando sobre elas.
A imagem, ou o sentimento sobre doencas sao fortes, evite.
No momento Fri está na Croácia, na casa de uma leitora amiga, descansando.
Vou continuar a passar agora a postagem 72° que está bastante grande, talvez eu a dividirei.
Beijos a todas madames e ladies leitoras do "amandonoegito".
Cinthia
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Obs* essa postagem talvez seja pesada demais para aquelas que nao gostam de ler coisas tristes, relatos de sofrimentos na infancia ou em relacionamentos - se nao gosta de ler sobre isso, acho que nao conseguirá ler toda a postagem.
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Em alguma parte da Algéria, para os brasileiros melhor dizer "Argélia".
Para finalizar a noite fomos passear pela cidade.
Eu usava um vestido islamico preto com detalhes em branco - para variar um pouco o muito de roupas pretas que eu usava, escolhi um pouco de branco dessa vez.
As vezes eu tinha que quebrar essa minha mania de querer usar apenas o preto.
Nao por mim, pois eu adorava usar o preto, e ainda adoro, apesar que com a idade já nao sinto tanto o desejo de me esconder no escuro de minhas roupas.
A própria idade se incumbe de nos tornar escondidas, um pouco mais anonima, o mesmo nao acontece enquanto é a juventude que está plena!
Mas, creio que algumas gostariam de saber qual o motivo para que eu me vestisse tanto de preto.
Querem saber por que?
Acho que eu gostava e gosto do preto para nao chamar atencao, gosto de ficar anonima, de desaparecer, se eu pudesse andava entre a multidao invisível - para nao ter que interagir com as pessoas - para nao me sentir dentro do jogo, da obrigacao de ser, ter, ver, fazer o que todos estavam acostumados e obrigados.
Obrigados a seguir, conseguir, consumir e assim por diante.
Ah! as pessoas! milhoes e milhoes delas - mas, sinto tanto em dizer - "elas me fazem mal".
Nao pensem que eu nao gosto das pessoas, gosto muito, mas elas nao sao mais "pessoas com sua humanidade normal" - elas nao sentem mais empatia umas pelas outras, elas nao sabem mais que possuem almas...as vezes acho que nao querem mais sentir.
Eu sinto essa escuridao no Ser e no íntimo de cada pessoa quando estou perto delas, isso é horrível!
Sou muito discreta, aprendi a nao deixar as pessoas pensarem que "posso alguma coisa sentir", de preferencia hoje em dia nem me importo que pensem que sou "Nada", que nada sei, que nada tenho ou nada terei, que importancia faz o que elas pensam, ou o que elas desejam para mim?
Hoje em dia nao faz mais nenhum diferenca, pois parei de doar meu amor e atencao a gente que nao quer tratar outros como gente, que apenas deseja todo o bem para si mesma.
As vezes até pessoas que penso que sentirei diferente, que aposto que vou sentir ainda um pouco de amor e calor humano sem distorcoes, acontece já o previsível - quando perto delas posso sentir e ver escuridao, escuridao essa que as vezes nem mesmo elas sabem que possuem, ou que estao gerando.
De alguma forma comecaram a produzir essa mudanca. distorcendo o que era seu natural anterior, desde que pararam de se conectar com sua própria essencia, com sua parte real - podemos chamar de "Eu" ou da "Presenca interior", como quiserem.
Uma pessoa presa na manipulacao do sistema, no jogo da "vida" ela está se desconectando dessa essencia toda sua, toda pura, toda infinita.
Quanto mais atenta pro mundo, pras suas ofertas e seus caprichos, mas a pessoa se desliga.
Mais ela atente para os nobres sentimentos e atitudes, mais ela se reconecta - e por isso Addi era o que era, pois ele conseguiu se manter conectado com sua essencia única e real, criou uma protecao, um escudo - e o sistema, "a vida", nao conseguiu ele corromper.
Eu e ele
Nesse dia, sentimos necessidade de andar um pouco entre elas, aquelas pessoas nao me estavam me passando muita ansia - na verdade algumas que passavam por mim estavam mesmo entrertidas com suas vidas, outras a procura de um olhar, outras presas em dúvidas pessoais, ou falando ao celular completamentes envolvidas em algum assunto importante ou banal.
Fomos para uma parte da rua que haviam muitas delas por ali e Addi com aquele andar calmo e seguro, sem mais nem menos, de repente me puxou para uma estreita passagem, era apenas muro e chao, nao haviam lojas, nao haviam "espioes- erámos apenas dois com emocoes e desejos tao somente como se fossemos Um!
Pois o que ele sentiu passou para mim, me contagiou, senti tambem.
Levantou meu corpo um pouco, pressionou seu corpo no meu e levando meu hijab para fora da minha boca me beijou.
Beijava-me como se bebesse água, parecia sedento, necessitado!
Eu fiquei surpresa com sua atitude - ele quebrando regras, mas como sempre de maneira bastante discreta para nao afetar a moral ou as leis religiosas.
Ninguém nos viu, ele nao queria escandalizar ninguém, ele queria apenas beijar a quem ele amava, assim dessa maneira bem de repente, num ímpeto, num ato explícito de amor.
Que loucura! vindo dele me surpreendeu!
Bem ali na rua - bom, nao podemos esquecer que apesar de tudo era muito jovem, era normal as vezes ser tomado de ímpeto por algum desejo ou uma "loucura saudável".
Ele estava sempre tao certinho, tao perfeito - sempre dentro das leis - mas pensando bem, desde quando Addi fazia apenas o que as leis lhe ordenava.
Ele também criava as suas próprias.
Ele sabia como estar dentro das leis e ainda assim usufruir de momentos preciosos que nao poderiam mais voltar, agindo por ele mesmo sem a nada e ninguem prejudicar.
Certamente aquele dia, naquela passagem - nao voltaria mais, mas estaria sempre vivo nas nossas lembrancas, assim como muitos outros, que ele , com seu jeito diferente de ser e de amar uma mulher, de vivenciar cada momento da vida-conseguiu preencher aqueles momentos e nossas experiencias juntos com muita cor, alegria e sabor!
Eu, adorando o ocorrido, mas com aquele ar de surpresa nos olhos!
Queria rir e perguntar alguma coisa para ele, nem mesmo sabia o que ou como comecar a indagar Nem mesmo sabia se eu queria tanto fazer indagacoes, parecia-me mais momento propício para "apreciar"!
O tempo em que eu nao me decidia no que fazer, foi suficiente para que ele mais uma vez me beijasse - com um daqueles beijos rápido, que mais parecia um selar - um "cala boca benzinho"
Era um beijo-complementar, o beijo que complementava o anterior mais ardente, esse outro beijo rápido foi dado para contornar a sensacao do anterior - marcando bem esse ato de beijar por impulso como algo precioso, como um tesouro que somente amantes sabem valorizar.
Bom, após aquele ensejo de me surpreender com seu beijo sedento e faminto, ele satisfeito - com um sorriso que fazia suas covinhas mais profundamente sexies me disse
- Oh! what a miss of your kiss, I needed them as I needed air to breath!
(-ai que saudades de seus beijos, precisei deles como eu preciso de ar para respirar!)
E num suspiro profundo mostrava sua satisfacao por ter realizado o que tanto precisava!
-Habib, in the beginning I was scared, I tought happened something! ( I self kissed him again and continued to speak)
- But we kissed us so much befor came to dinner, werent enough kisses?
(_Habib, no início tomei um susto, pensei que aconteceu alguma coisa! -
-Mas, nós nos beijamos tanto antes de sair para jantarmos - nao foram beijos suficientes? - perguntei)
Com aquele ar desolado, de quem nao fora muito beijado, nao fora suficientemente alimentado no seu amor, fez aquele biquinho e ar de que "Nao, nao foram suficientes"- eu nao me continha diante de tal semblante, de tamanha carinha mimada e sem resisti beijei-lhe mais uma vez com prazer.
-I understand your missing, sometimes I also feel same, it seems that however much we love each other, kiss and be together we're always wanting more of ourselves.
(_mas eu entendo a sua saudade, eu mesma também, as vezes sinto isso, parece que por mais que nos amamos, beijamos e fiquemos juntos estamos sempre querendo mais de nós mesmo)
-I know I acted like a teenager, but part of my my inner child will never die. The love presents me with rejuvenation every day, I love to love you Fri, it makes me the happiest man and accomplished one, never leave me, I think I'll die without you ...
(-Eu sei que agi como um adolescente, mas minha parte infantil jámais morrerá, o amor me presenteia com o rejuvenescimento todos os dias, eu adoro te amar Fri, me torna o homem mais feliz e realizado, nunca me deixe, acho que eu morrerei sem voce...)
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O que estava acontecendo com ele, me perguntei em silencio, com cuidado para nao demostrar que percebi algo diferente.
De repente aquela frase teve um "q" de melancolia, tinha um tom sério, nunca o tinha visto com medo de perder algo facilmente, pois sempre sabia o que fazer e como agir.
Fingi que nao prestei muita atencao a seriedade e continuei a manter-me como se estivesse descontraida.
_Addi, do not talk like a itis a bad thing, because I feel inside me some sadness, let's get out and walk a little more before we turn for our room, is it ok?
(-Addi, nao fale assim , porque comeco a sentir uma coisa ruim dentro de mim, vamos sair daqui e andar um pouco mais antes de voltarmos pro nosso quarto?)
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Dando atencao para detalhes das ruas e vitrines, tentei desviar sua atencao para coisas fúteis, como exclamar por um par de brincos que me agradou bastante, me senti exatamente como todas as mulheres que vivem para os prazeres do consumo, exatamente o que o sistema quer de todos nós.
Que consumamos escravamente, que trabalhemos sem parar para pagar todo o consumo -num vício "sem parada" - tabalhar e consumir, consumir e trabalhar -mais de 8 horas trabalhando, pagando impostos e mantendo a máquina do consumo!
Tempo para lazer - cade?
Isso nao é vida para humanos, nem mesmo para animais!
Mas, de alguma maneira tinha que desviar atencao dele, que maneira mais rápida do que agindo como se fosse como todas as outras mulheres, presas pelos tentáculos da manipulacao do consumo.
Consumo criado pelos engenheiros sociais, engenheiros comportamentais, aqueles que sabem como manipular a massa dando a ela comportamentos que podem mudar toda uma geracao, que pode modificar o destino do mundo. Agora, quase toda a populacao se tornou escrava do consumo.
Eu bem parecia uma daquelas que babam diante de todos os bens matériais sem ao menos parar para refletir - o que está por trás de tudo que consumimos ou vivemos?
De onde vem a matéria, como eles fazem para produzí-la...há escravidao no processo da producao dessas coisas, alguem está sendo obrigada a viver penosamente para que eu tenha acesso a esses bens, a esses prazeres?
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Eu sentia que ele estava aceitando dar atencao a minha "fingida maneira" de ser fútil, de me deixar conquistar por superfluos, ou por coisas que só possuem valor porque demos a elas tal valor.
Mas lá no fundo sabia que eu estava fazendo isso para evitar conversar sobre o assunto.
Veja o exemplo do dinheiro, o que é isso senao papel, mas todos lutam para te-lo, matam por ele, e sem ele nao se pode viver de maneira digna nesse sistema.
Mas, dinheiro seria apenas papel se nao dessemos a ele valor.
Vamos lembrar do dinheiro do passado - que tal lembrar dos cruzados - hoje em dia se acharem uma nota de cruzados ele será sem valor, pois alguem do sistema disse que nao seria mais valorizado e sim o Real, e se um dia mudarem de nome, as notas do Real serao apenas um monte de papel.
E se levarmos todo euro e dolar do mundo para uma ilha onde primitivos vivem, com certeza eles usarao o papel para sua fogueira, pois nao verao valor nenhum no material.
Somos nós que damos valor as coisas, as coisas só possuem valor porque nós damos!
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Bom, meu truque deu certo, ele deu atencao e ainda me perguntou se queria te-los, fez a pergunta como se estivesse incerto se deveria "fingir" que estava acreditando na minha atitude de "fingir" que queria te-los.
Claro que nao levei adiante e logo desviei toda conversa para uma barraca de camelo que vendia frutas, fazia qualquer coisa para quebrar aquela sensacao de "quase tristeza" que queria me tomar.
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De volta ao nosso quarto
A sensacao que tive enquanto estava com Addi era de seguranca.
Seguranca é algo que preciso muito, preciso me sentir segura ou nao consigo viver bem, e com ele eu tinha isso - desde crianca eu nunca soube o que é viver com seguranca.
Nem mesmo quando estava casada com meu marido nissei, quando nós alcancamos um padrao alto, nem assim me senti segura.
Cada dia que eu via minhas criancas crescendo num mundo que tinha dois lados, o bom e o mal.
Que nao nos oferecia estabilidade, eu me sentia mais insegura, cada dia que eu via o mundo se movendo como se movia, as pessoas sendo e vivendo automaticamente perdendo sua propria vontade de reagir.
Sendo guiadas por maos ocultas sem ao menos se unirem para alguma coisa mudar, mas inseguranca eu sentia.
Nunca tive seguranca com Tarek, nem com meu segundo marido, nunca tive essa seguranca com Mohamed e nenhum outro homem - nunca consegui me sentir segura em nenhum lugar em nenhum momento.
Somente ao lado dele conheci o que era sentir seguranca de fato.
Essa seguranca partia de algo além do poder que o dinheiro ou o que sua riqueza nos oferecia.
Primeiro ele me fez sentir segura de mim mesma, segura de que eu tinha direitos de vivenciar as mesmas coisas que outros tinham, ainda que alguem diga que Nao, ou que coloquem vários empecilhos, ou rótulos na pessoa de cada um.
Ainda assim ele me mostrou que a seguranca nao estava nas pessoas que falavam, que ditavam, que ordenavam, e nem mesmo nas coisas, estava dentro de mim!
E no momento que eu sentisse o que sou, conhecesse quem eu era, imediatamente sentiria-me segura, ainda que estivesse num mundo como o nosso, o mundo do mal que se camufla de BOM ainda assim poderia me sentir segura.
O medo nao me seria mais obstáculo, pois segura do que Sou ou do que posso querer ninguem e nem coisa alguma pode me tomar essa minha forca, esse meu poder!
Bom, para aquelas que nao gostam da parte das minhas postagens que critico alguma coisa do sistema, ou que conto algo lamentoso, melhor pular quase da metade da página, pois que agora vou relembrar fatos que nao sao coisas fáceis de suportar ler.
Porem, nao vai entender muita coisa quando eu nesses assuntos em outras postagens entrar...
Já nasci enfrentando muitos problemas, muitas dores - desde bebezinha, eu nunca soube de fato o que era seguranca - a seguranca de ser amada, desejada - nunca conheci.
Do amor dos pais, da familia - a seguranca de crescer num meio que nos permite desenvolver todo nosso potencial, nunca tambem conheci.
Todo meu potencial quando eu era crianca, foi tolhido, barrado pela minha mae de criacao.
Sua agressividade era constante comigo, desde manha cedo até a hora em que meu pai chegava, com ele presente tudo mudava, eram sorrisos que eu tinha ate medo de retribuir, pois sabia que eram tao falsos quanto uma nota de 1,50€ (nao existe tal nota, apenas de 1,2,5,10 etc)
Meu talento pro piano, que transbordava quando menina foi barrado.
Meu talento para escrever foi barrado, meu talento para pintar, meu talento para comunicar, meu talento para me tornar uma adolescente cheia de vida, tudo que voce possa imaginar que brotou no meu Ser, foi desmontado, sem chances de sobreviver.
Quando bebe nao me deixavam sorrir, me batiam e maltravam para que eu aprendesse apenas chorar e sofrer - minha adolescencia foi um tormento imenso, tudo foi destruido por minha mae de criacao, foi destruido por sua falta de carinho, de amor, de cuidado e de atencao.
Nao precisava ela me amar como filha, me bastava que me respeitasse como humana, como um Ser vivente. emocional, racional - como uma crianca qualquer, que merecia o mesmo que ela ou seus filhos mereciam.
Ela sempre tinha para mim palavras que me desequilibravam, que me desmontavam.
Nada ela achava lindo, nada que eu fizesse merecia um elogio, me desprezava, me torturava.
Hoje em dia eu sei que eu fazia muito bem, o problema era ela, ela e seus problemas, quase todos que ela nao sabia como trabalhar e se curar era em mim que descontava.
Frustacao no casamento ela interpretava como culpa minha, uma depressao era sinal de que eu era o motivo, se voltava contra mim me trancando num quarto escuro por horas, e quando eu já estava por demais desesperada com a solida e a escuridao, entao ela chegava com suas ferramentas de tortura.
Muitos tapas, chutes, pancadas e perfuracoes, cuspe no rosto, urina e qualquer outra coisa que ela pudesse pensar.
Seu fanatismo religioso dava a ela mais idéia de como a tortura deveria seguir
Ela sempre quis me mostrar que eu nao deveria nunca pensar em sexo, mas ela vivia atrás do meu pai de criacao - seu marido, num amor doentil - fazendo juras de amor e querendo atencao.
Um amor onde o ciúme era arma e com ele ela o atacava sem dar-lhe tempo para descansar.
Quando eu me fui de casa, ela passou todo seu ódio para sua filha biológica, passou a martirizar minha irma - que depois de anos, formada como pediatra saiu fora de casa, casou-se e foi morar em Sta Catarina.
Pena que nao temos mais contato, mas ela nao me amava, e sempre que teve oportunidade, sem saber no egoismo de sua idade, nos seus 5 a 9 anos - era apenas uma crianca, mas dirigia o ódio da mae sempre para mim.
Se sujava o tapete com chocolate era fácil e simples dizer que nao fora ela, mas sim a Fri.
Coisa que nunca pude pensar que fosse acontecer, sua mae se virar contra ela.
Pois na época em que vivia com eles, ela defendia seus filhos biológicos e minha irma se aproveitava disso, colocando a culpa de tudo que fazia sobre mim.
Ela nao sabia como eu sofria a cada vez que ela isso fazia, como eram as surras que sua mae me dava na sua presenca ou mesmo quando me trancava no quarto de punicao.
Nenhum deles tinha lá estado, eu porem bem o conhecia, minhas horas de infancia e adolescencia quase todas foram dentro da prisao daquele quarto.
Mesmo quando estava fora dele, eu estava presa estava dentro dele.
Voltava do colégio e entrava em casa sabia que estava voltando para meu calabouco e minha carrasca sempre me esperava sadicamente - desejosa de me fazer sofrer.
Minha irma nao sabia como era estar sozinha com sua mae, nao conhecia o grau de perversidade que essa podia alcancar.
Nem mesmo eu conseguia entender como ela podia se tornar tao cruel.
De repente diante de mim estava um monstro.
Eu sempre tinha a sensacao de que um dia eu nao sobreviveria as terríveis punicoes- aos castigos e torturas que ela conseguia imaginar para mim.
Eu nao tinha ninguem para me acudir, foram anos de pancadas, torturas físicas e psicológicas - Imaginem isso desde que voce e bebezinha, como o mundo lhe pareceria?
Seguro?
E por isso e por muito mais eu nao sabia o que era sentir-me segura.
Addi me mostrou!
Me ensinou a me manter segura dentro de mim mesma - eu nao era segura por causa do que o dinheiro nos proporcionava, nao pensem isto!
Nao era isto... qual a reposta?
Simples, o que sempre me faltou na vida?
Amor!
Sempre me faltou amor real, um amor que eu sentisse que vinha d´alma, do coracao, sem interesses, com aceitacao, com simplicidade, com energia, com carinho.
Muitas pessoas amam nas outras aquilo que gostariam de ter para elas mesmas:
Exemplo: algumas querem a beleza da outra, o dinheiro, o corpo, o charme, a voz, o poder, a elegancia etc etc.
Muitos homens que conheci senti que estavam comigo por algo que eles sempre quiseram ter.
Meu jeito de amar alguns deles na cama os prendia- por que?
Eles queriam isso, entao passavam a me amar, mas nao era a mim que amavam e sim ao que recebiam de mim, sabe medo de perder algo que muito satisfazia, que dava alegria!
Nao pensem que eu era " a mulher" com todos os que me relacionei, nao era por todos que eu senti a tal harmonia que senti com Tarek ou Senhor Y, e com nenhum senti o equilibrio, harmonia e sintonia completa que senti com o Addi.
Mulher que diz que é a tal com todos os homens que lhe chegam na vida, nao está sendo sincera, pois as vezes amamos ou nos relacionamos com algumas pessoas "faltando alguma coisa", sabe aquele relacionamento que a gente nao sabe explicar bem porque estamos vivenciando?
Para outros era minha calma, minha presenca positiva, minha paz!
Para alguns era meu mistério, minha alma livre, minha inteligencia.
Outros gostavam do meu ar doce, sensivel, inocente.
Teve até aqueles que me achavam bela, uma beleza exótica, diferente - ah! mas isso acontecia somente com estrangeiros, ou descendentes - brasileiros nunca tiveram muito interesse por mim - sou feia para os brasileiros!
Os brasileiros que tive relacionamentos de amor eram descendentes de estrangeiros, com raízes bem fortes da cultura dos pais ou avós.
O primeiro homem que amei com 13 anos era um primo - Zezinho (Jose Aurelio)
Com 11 anos teve Carlos Roberto, filho de um comandante da Linea C` de navios, depois o Serginho, cujo sobrenome era russo, em seguida o Zé Carlos, o Tonico, o Antonio Marco - descendentes de italianos - o ultimo foi o primeiro gordinho que amei, estudou piano comigo quando mais novo.
Depois mais um primo - Carlos e seu irmao Marco, esse entrou na história para complicar nossa relacao.
Seguida a algumas outras paixoes que nao se tornaram amor, veio o meu primeiro amor japones - Kazuji, acho que já comentei que ele tinha sofrido um acidente que o deixou sem parte do pé.
Seguiram-se outros japoneses ate chegar meu primeiro marido, que amei e nao me amava, amava sua prima-tia.
Amou-me quando eu nao mais o queria.
Veio entao um japones que comecou a trazer modificacoes para minha vida - Seiji -descendente de japoneses da regiao de Oknawa, que muito amei - mas me traiu quando eu nao estava presente.
Foi o segundo homem acima um pouco do peso que amei.
Após isso chegou a vez daquele que me tomaria anos da minha vida, perdida num amor que me massacrava - Marco Antonio - que eu tive que apelidar de Senhor Y - engenheiro, trabalhava para uma estatal.
Um dia poderao conhecer mais sobre esse meu grande amor - seu pai era um político que fugiu do país para o Brasil - era também dentista e abrindo um consultório na zona leste de Sao Paulo fez família ao lado de sua esposa italiana.
Senhor Y. era filho de pai nativo de língua espanhola, sua mae italiana - ele o garanhao da firma, terror da rua em que morava, era um desespero para os homens casados que o tinham por perto.
Mulheres solteiras, casadas, novas, velhas, nao importava -ele gostava mesmo de mulher, era uma homem e tanto para com todas.
Se a mulher tinha algo que o encantava ele investia seu todo charme!
Era um homem perigoso, irresistível!
Depois de tanto sofrer, para me libertar desse amor que me acabava, achei um novo alguem - Flavinho, lindo, lindo, lindo, que delicia foi aquele tempo com ele.
Tao parecido comigo, posso ainda rir das coisas que nos acontecia, os dois tentando enganar um ao outro de maneira tao igual, que nao conseguiamos ter raiva - mas nao virou amor, porem tenho as lembrancas mais engracadas e ternas desse tempo com ele ainda salvas.
E depois entao acabou - enfim, meu sonho de casar com alguem que eu amasse estava chegando, casei com um homem lindo, um deus da beleza padrao - beleza caucasiana.
beleza que nem mesmo pedi para a vida - alguem belo? nao precisava ser, bastava que me amasse.
Esse era meu marido alemao, que um pouco voces já conhecem da nossa história...
Oh! amor, seguranca, satisfacao em todos os sentidos somente conheci com um - Addi!
Vejam só, me perdi, desviei completamente o assunto, estava eu falando do meu tempo com Addi e dei um pulo tao grande para o passado.
Paciencia meninas, sabem como sou, as vezes as postagens ficam imensas, e so param porque me contenho, senao faria de cada uma delas um imenso jornal.
Sabem porque contei um pouco mais de mim agora, para que aquelas que nao sabem muito do meu passado, nao acompanham o blog desde o ínicio possam entender o que eu quero dizer sobre falta de amor e seguranca.
Com o Addi eu tinha uma sensacao de nao estar só.
Vejam bem, essa sensacao nao foi criada por ter tido medo de perder algo com ele, a seguranca que senti com ele nao era medo de estar em solidao, a solidao quando optamos nao é ruim, solidao ruim é aquela que muitas vezes somos obrigadas a viver.
Com ele era sim uma normalidade nas emocoes, nas sensacoes - um certeza que eu andava - e andava ao lado de alguém que fazia o mundo se equilibrar, vibrar, mover-se de maneira certa, de maneira apropriada.
Ele sentia seguranca comigo também, senao nao me diria sempre que sabia que eu o amava, ainda que eu dizia nao ter certeza dos meus sentimentos!
De modo que eu podia saber que estava acompanhada de alguém que valia a pena viver e conhecer, e que vivíamos na mesma sintonia e vibracao, ou quase assim - talvez eu nao saiba bem explicar. Enfim, era um sentir tao em paz, tao completamente preenchida do tudo que nos faz feliz!
Juntos parecia que podíamos sempre nos regenerar, nos renovar sem fazer forca, bastava estar juntos - simples assim!
Já sentiram isso com algué?
Ah! minhas queridas leitoras, nunca é tarde para esperar o grande amor, para vivencia-lo, nao desistam se ainda nao vivenciaram tal coisa.
Vejam que só tive o prazer de conhecer esse homem encantador quando já estava além dos 40 anos.
Entre nós dois bastava um olhar para nos dar aquela paz, aquela sensacao morna e tranquila.
Um sorriso que trocássemos, parecia criar imediatamente um sol imenso e brilhante que se multiplicava sem parar diante de nós, fazendo a gente acreditar que o mundo valia a pena continuar a girar.
Um toque e nós entrávamos em fusao, nos tornavamos "Um" para podermos ser Mais.
Para sentir e viver "Muitas" coisas, que somente em dois é possível e além disso muito melhor, tenho certeza que muitas concordarao!
E nós dois juntos podíamos ser amor, calor, prazer, ternura, paixao!
Podíamos ser tanto e tudo quando juntos que as vezes nem mesmo conseguíamos ser "um cá e outro lá", nem mesmo por apenas alguns segundos - tínhamos que nos unir e sentir!
Era uma necessidade d´alma para poder continuar criando e vivendo o "material" e o "aqui".
Tao forte, tao forte!
Voces conseguem me entender? espero muito que algumas de voces consigam sim!
O celular tocou e ele foi atender, sua concentracao foi voltada para a conversa que tinha com alguém que eu pude deduzir ser da parte do escritório do seu pai ou do Jim.
Enquanto ele conversava eu peguei as agulhas de croche e passei a crochetar qualquer coisa, apenas para treinar.
Desde alguns meses tentava voltar a crochetar.
Em 1995 tive aquele sério problema de nervos que já contei em algumas postagens anteriores, doenca que me privou de meus movimentos normais - meus reflexos passaram a ser lerdos, minha forca prejudicada, as energias do meu corpo nao estavam mais harmonizadas.
A memória - essa até hoje ainda possue algumas brechas, lacunas que nem sei como recuperar.
Nao consigo até hoje fazer cálculos, a matemática que estudei desapareceu, se eu me forcar sinto dor de cabeca, grande pressao a me torturar.
Toda a gramática perdeu o sentido para mim, nao sei como ainda consigo escrever, as vezes esqueco todas as palavras - meu vocabulário ficou tao pequeno.
As vezes do nada aparecem palavras mais pomposas, aparecem do nada e pro nada voltam sem me dar tempo para gravar, nao sei mesmo como explicar.
Nao lembro muito de alguns nomes de ruas e pessoas, enfim fiquei com várias sequelas, uma delas era o movimento das maos, nao conseguia manter as coisas por muito tempo, elas caiam depois de alguns minutos - passando os anos isso acontecia raramente, mas acontecia.
Eu era ótima no trico até antes da doenca aparecer, como ela apareceu?
Medo, abandono e tantos outros fatores que contribuiram para me levar ao estado crítico em que fiquei, a doenca apareceu enquanto eu estava na Alemanha, os acontecimentos lá acionaram o ataque aos nervos, levaram meus nervos ao colapso, mas na verdade o que desencadeou o problema foi o conjunto de tudo que já tinha vivido somando ao que estava vivendo naquela altura.
Eu gostava de criar e criava e criava -fazia coisas com uma facilidade incrível, era muito bom!
A saida de praia que usei na Algeria eu havia feito nos intervalos que tinha entre os momentos que eu ficava sem ele, as maos ainda nao estavam firmes como hoje em dia, mas eu havia feito a saida de praia em ponto simples apenas para poder sentir como andava minhas maos.
Na verdade quando comecei a faze-la, pensei em usá-la por cima de túnicas que eu pudesse usar ao ir um dia para o deserto, para dar peso na túnica, e ao mesmo tempo me tornar diferente.
Fiz uma imensa tira de croche em ponto rede para enrolar na cabeca enfeitando o turbante, para completar fiz vários dreads de croche, nem sei como inventei isso, fui manipulando os pontos ate fazer tiras grossas e coloridas, que eu pretendia enfiar entre o turbante, dando a impressao que saltavam de dentro para fora.
A linha usada era bastante fina, de algodao egipcio.
Falando assim parece coisa feia, mas ficou lindo quando eu experimentei em frente ao espelho.
Tinha que treinar muito ainda para voltar a fazer pecas criativas como eu fazia pelos anos de 80 a 90.
Senti que ele me olhava...sorri e perguntei porque me olhava daquele jeito.
Disse-me que eu me tornava tao mais linda quando estava envolvida com minha arte, com minha porcao artística criando coisas que iam mudar aparencia, trazer modificacoes, fazer a diferenca.
Contou-me que sua mae tambem era muito boa com artesanato, isso foi novidade para mim, nem pude imagina-la fazendo croche e trico, do tempo que passamos juntos ela estava sempre ocupada com a casa, funcionários, marido e filhos.
Brincando com ele perguntei se eu nao parecia um pouco "vovozinha" com aquele meu jeito de ficar pelos cantos com as agulhas - deu risada.
Aproximando do meu rosto e dando uns beijinhos para me mimar disse que essa nao tinha sido pergunta inteligente, pois a arte nao tem idade.
E ao contrário nao dava um ar de idosa, criatividade atraia a sua atencao, a naturalidade que eu ficava quando criava me tornava mais desejada, exteriorizava muito mais minha beleza interior.
Brinquei com ele e disse se estava naquele momento me desejando - eu e minhas agulhas!
Sorrindo de mansinho chegou e sem pedir licenca tirou as agulhas das minhas maos devagarinho para que nao houvesse um acidente rs rs rs, e depois já com um arzinho mais abusado insinuou outra arte que deveríamos nos preocupar.
Sim, nós dois tínhamos instrumentos para muita criatividade - o tempo estava ali correndo devagar naquele quarto, sua parte berbere desejosa de mostrar sua criatividade parecia sem paciencia.
Desejos saltavam de dentro da minha imaginacao para dentro do quarto, podia eu já visualizar alguns deles - como deveria eu exigir de nós mesmo para todos realizá-los, ou mesmo apenas oferece-los... tinha que saber.
Era simples, nao precisavamos nada fazer, apenas deixar nossos corpos agirem, naturalmente tudo aconteceria, sempre foi assim, nunca seria diferente, fazia parte de nós dois!
Aquela sua sede de mim o tornava tao sedutor e charmante.
Passando os bracos embaixo das minhas pequenas pernas em supresa me levantou - cuidadosamente para nao me assustar - caso contrário teria eu dado aqueles meus gritinhos típicos de quando sou pega de maneira repentina levando-me a pensar que vou cair e me espatifar de alguma maneira para algum lado.
No entanto, com ele eu estava sempre preparada para suas brincadeiras - para as preliminares, para seus encantos, charmes e animacao.
Sem freiar nosso jeito frenético de desejos repentinos, fomos dando corda para cada um deles que aparecia, nao sei porque naquele dia estávamos um pouco moleques.
O desejo era tao imenso, mas a criancice nos tomava - passamos a nos cacar e brincar.
Pega, pega - atira almofadas!
Acho que todo casal vive algumas vezes essas situacoes, sao tomados pela criancice e nao se esforcam para esconder, acabam rolando pelo chao, se acabando de rir e finalizando com tesao.
Almofadas eram atiradas para todos os lados, voavam sobre nossas cabecas, ele com sua mira certeira estava sempre a me acertar, derrubava-me facilmente ao atirar me qualquer uma delas pequenas - sem economizar na municao mandava outra em seguida - eu era abatida sem dor e piedade;)
Eu já mole pela segunda grossa e grande almofadada, quase sem poder me levantar, dei-me por vencida, nem me mexi no colchao.
Pelo canto dos olhos vi que ele tava preocupado, mas se segurava.
Hesitou ainda se parava com a brincadeira para ver se eu estava bem ou se mandava mais uma rajada de almofadas.
Decidiu em se aproveitar, tentando levar vantagem se aproximou, eu tinha certeza que agora era hora dele querer se aproveitar, exigir seu premio.
Fingindo desfalecimento e cansaco eu esperei - assim que ele se aproximou levou uma almofadada bem na cabeca e eu por ser pequena demais levei vantagem em me mover por baixo do seu corpo, fazendo-lhe cocegas nas costelas, pois eu sabia que ele nao sentia muito embaixo da axila - na verdade ele aprendeu a controlar a cócega nessa regiao.
Bem rapidamente tentei pular da cama, escorregando para a lateral, pensei que conseguia me mover e sair rolando para a beirada e depois ficar de pe ao lado da cama, mas nao é que o tiro saiu pela culatra.
Eu me estatelei toda no chao
(*Nota -Dividi a postagem, pois ficou muito grande)
Cinthia
Continua....