quarta-feira, 16 de maio de 2012

Um homem arabe para chamar de seu, Um amante berbere - Fri&Addi - Parte 71° "Um dia feliz na Algeria- Argelia" "

foto was taken from this site (mascara84.deviantart.com - visit there u will see more beautiful ones)




Indo-se mais uma vez do deserto....

Addi e Jim conversavam e pareciam preocupados com alguma coisa.
Eu prestava atencao ao semblante dos dois e ao mesmo tempo procurava fingir dar toda atencao ao guarda-costa - que alegremente contava curiosidades dos oasis.

Com certeza a aventura que ele teve pelo oasis foi bastante marcante, ou ele apenas queria me distrair mantendo aquele tema.

Mesmo com toda a preocupacao, volta e meia Addi buscava me encontrar, encontrar o meu olhar.
Olhava para trás e seus olhos iam direto dentro dos meus, mergulhando de maneira tao cúmplice e direta dentro deles que nenhuma palavra poderia falar mais do que aquele mergulho visual - ia além do apenas visual, era uma mensagem, uma encontro de sentimentos codificados que apenas nós dois podíamos decodificar e entender.

Meu olhar respondeu ao dele, ele sentiu-se bastante satisfeito de receber resposta positiva para suas preocupacoes, eu passei a ele que tudo estava bem....
Trocamos sorrisos de confirmacao de que um e outro nao deveria se preocupar.

Fiquei a olhar o seu jeito de falar e de se expressar enquanto conversava com o Jim - que homem era aquele, que seduz sem querer seduzir, que hipnotiza sem querer hipnotizar, que emociona qdo apenas é tao simples, que homem era aquele que soube se manter limpo dentro de um sistema tao corrupto, tao sujo, tao manipulador?

Acho que nunca consegueria saber tudo sobre Addi, ele sempre me surpreendia, ele sempre era além do que eu esperava...as vezes isso me dava um certo temor, nao sabia se merecia vivenciar tudo aquilo ao lado daquele homem.

Nao seria melhor para ele uma companheira ao seu alcance, ao alcance do que ele representava no sistema?
Afinal ele ficaria melhor esteticamente ao lado de uma mulher alta, tipo modelo , ou ao lado de uma executiva, de uma juiza, advogada ou mulher de negócio?
Qualquer mulher de poder, uma dessas que move o motor do sistema, que mantem o sistema como ele é - cheio de aparencias, infidelidade, egoismo, interesses, traicoes, manipulacoes, divisoes, e tudo mais que mantem o sistema...

O sistema e suas nocividades tao necessárias - o sistema e suas aparencias tao necessárias.
Mas, isso era tudo que Addi nao queria, nao seria eu que iria dizer a ele

"Hei, me troque por essa ou aquela mulher, ela é melhor do que eu, fica-lhe melhor, é teu número".

Primeiro que conhecendo ele como eu conhecia mulheres do sistema nao conseguiriam dar a ele o que ele buscava, ele já tinha me deixado isso claro, as aparencias também era algo que ele nao estava interessado em maquiar ou usar camuflagens, mentiras ou qualquer coisa que o sistema exige das pessoas que fazem parte da "parte" alta da piramide...

Eu nao costumava ir aos seus negócios, mas ele sempre me convidou para participar, eu mesma e que nao me sentia bem, sabia o quanto aqueles abutres (pessoas de negócios) julgam os outros, o quanto eles cobram - por isso para me poupar e poupar ao meu querido Addi eu evitava, dava sempre uma desculpa qualquer.

Desculpas que nao o enganavam, ele sabia como eu me sentia sobre isso.
Muitas vezes me dizia que eu nao deveria temer a nada, que ele nao se importava com o que outros pensavam, eu seria sua esposa e ai de quem nao isso aceitasse.

Eu nao tinha forcas para viver no meio da falsidade do mundo dos negócios, eu nao entendia como eles ainda nao tinham destruido Addi - pois ele era contra toda futilidade, ferocidade, egoismo, arrogancia e toda sujeira que o mundo dos negócios geram.

Por baixo da aparencia de luxo, sofitiscacao, sucesso, parcerias, fusoes, tudo e apenas interesses, manipulacoes, tudo em nome do poder - um querendo engolir o outro e sempre - sempre destruindo os que lhes barram o caminho, nao importa se o obstáculo e inocente ou culpado - deve ser eliminado se atrapalhar.

O mundo das corporacoes e dos grupos que mandam no mundo e muito mais podre e traicoeiro do que possamos pensar.

Eu sempre tinha um aperto no coracao quando Addi me dizia que tinha um encontro com algum deles - sei que é tolice minha, mas a gente nunca sabe o que está sendo decidido de fato em algumas dessas reunioes, se o que eles estao ali, no momento falando é parte de um jogo ou da verdade.
Bom, melhor nao falar mais sobre isso, me entristece muito que nosso mundo seja comandado por esses grupos, essas corporacoes.

Parei de pensar um pouco sobre tudo e levei minha atencao para baixo - me deliciei com a vista...estávamos ainda vendo deserto...mas logo desceríamos para pegar um carro e ir pela estrada...era tudo que consegui saber, o resto seria surpresa como sempre era com o Addi.

Nao posso falar qual cidade ficamos pois como voces sabem algumas coisas nao posso revelar, entao imaginem apenas uma linda cidade típica algeriana e pensem no quanto eu fiquei feliz em poder por lá estar por um dia....mas que valeu como se fosse muitos.

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Pegando a estrada

Agora estávamos em 5 pessoas, mas um berbere se juntou a nós, muito gentil e bastante religioso, tivemos que fazer uma parada para ele fazer sua oracao no meio do caminho.

A parada valeu a pena, a paisagem era estupefaciente...
Dava um certo prazer que viciava viajar pelas cidades de países arabes, entorpeciam nossa cabeca, eram cidades tao vivas, tao cheias de contrastes.....

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O Hotel

Todos conheciam Jim e Addi por ali, nos sentimos tao bem vindos.
Atencao nao faltava para nenhum de nós, fomos bem servidos e paparicados.
A diferenca de quem vai apenas para um Hotel para alguem que vai para um Hotel que todos te conhecem é bastante grande.
Com vergonha das minhas estrias na lateral da perna eu nao quis ir pra piscina, voces já devem saber que Addi nao gostava de quando eu entrava nessa de envergonhar-me do meu corpo, minha estatura, meu corpo de mae, marcas de gravidezes que apenas significavam que eu era uma mulher e mais do que isso era mae.

Onde está aí o motivo para se envergonhar? está nos padroes que o sistema nos deu.

Fiquei ali tentando convence-lo que o sistema nos faz sentir nojo dessas coisas naturais, nos faz sentir indecentes e sem valor se ficarmos doente, se sofrermos qualquer coisa que prejudique nosso físico, ou nosso poder financeiro - que o sistema é cruel.

Bastante chateado por eu nao ir junto, teve que ir a piscina sozinho, saiu do quarto mas me beijou porem como sempre para que eu nao pensasse que sua "bronca" ia além daquilo.

Me senti muito pior por fazer isso.
Tive entao a idéia de colocar uma saída de praia em croche, que eu tinha feito algum tempo e nem muito usava, um oculos escuros e me fui sem vontade para piscina.

O que senti era o que sempre sentia e sinto quando entro nesses ambientes - as pessoas estao ali para se exibirem - ou o corpo, ou roupas, ou poder, nunca sao muito naturais.

Voce percebe que todas usam suas máscaras e ainda se sentem no direito de julgar os outros ao seu redor quando eles nao sao aquilo que merecem o valor que o meio em que vivem ditou como merecedor de elogios, de brilho, de holofotes.
Tive que fazer uma forca extraordinária para nao sair de lá imediatamente.

Muitos dos que estavam por ali eram turistas ocidentais - os piores, aqueles bem arrogantes, exibidos e esnobes - tudo que eu abomino.
Sentia vontade de sumir, de vomitar, mas lá tinha que ficar, pelo menos para ele ver que tentei.

Me vendo daquele jeito, fazendo forca para suportar estar junto com aquelas pessoas ele entendeu, pegou a toalha de sua cadeira e tomou minha mao.

Voces precisavam estar lá para ver as "madames, celebridades, patricinhas, e fulaninhas metidas a famosas, artistas e modelos" me olhando como se olhassem um verme- eu podia sentir os pensamentos de cada uma delas:

-Meu Deus! o que esse homem faz com essazinha, essa catatau, essa metade de mulher, enquanto eu estou aqui linda, maravilhosa, calibrada, siliconizada, poderosa!

É minhas queridas leitoras, nao consigo mesmo fazer parte desse mundo - "o coletivo" -chique ou nao, nao faz parte de mim.
Adoro o natural, o singelo, o simples, e as pessoas perderam isso há muito tempo.
Agora só me resta a solidao - estar na presenca apenas do mar, do mato, da fazenda, das rochas, montanhas, grutas, dos animais.
A solidao de um quarto com alguem que amo é muito melhor do que estar cercada de gente que nem mais gente sabe ser.
É da solidao que eu preciso, pois estar com as pessoas, do jeito que elas sao, nao consigo mais - elas me desequilibram, me desconfortam.

Senti que Addi nao olhava para nenhuma das pessoas, sentia-se olhado e desejado, mas ele nao se importava com elas, queria me proteger.
Segurava minha mao, me beijava para mostrar "aos do sistema" que ele nao fazia parte do jogo, e se era para jogar seria ele a dar as cartas.

Paramos perto do bar e ele me perguntou se eu queria beber alguma coisa ali ou se queria ir comer no restaurante ou no quarto, o que eu quisesse ele aceitaria.

Optei em comermos no quarto, queria ficar a sós com ele, depois de ter enfrentado aqueles "vermes sofisticados" do sistema nada como estar a sós com alguém que nos faz bem.

Nosso quarto tinha uma vista maravilhosa, a decoracao do quarto era surreal, a música de Cheb Mami esquentava nossos desejos.
Ele me preparou um tipo de coquetel de frutas nao muito gelado, pois qualquer gelado, mesmo no calor me causa a queda de temperatura.




Addi veio por trás enquanto eu apreciava a paisagem que se abria convidativa pela imensa janela.
Comecou a abrir minha saída de praia e beijar minhas costas enquanto devagar ia me desnundando...
Beijando de cima para baixo, sem pressa e delicadamente ia arrancando de meus lábios suspiros....
Ia trazendo desejos, desejos que aumentavam e estavam a me suforcar...
Eu tinha que me desfazer de toda aquela pressao, colocar para fora a vontade de te-lo, de me entregar - de pertencer a ele.

Sentou-se na cama e segurou cada uma das minhas maos, beijou-as, seus lábios tomou cada um dos meus dedos dentro de sua boca, que sensacao!

Fiquei em frente a ele, minhas maos presas nas deles...
Meus olhos presos nos dele.
Ele me disse - "nao diga nada, nao faca nada, feche os olhos e sinta"

E passou a me beijar de maneira que somente um homem berbere beija uma mulher...
Seu beijos descobriam e traziam a tona segredos presos no meu corpo, desmontavam toda a fortaleza que foi construida para nao me entregar tao facilmente, nao tinha como dizer nao, todos meus poros subiam, saltavam, eu estremecia...

Com os olhos fechados passamos a sentir muito mais - eu os mantinha fechados como ele pediu.
Dessa maneira nao estamos presos em fingir alguma coisa, ou tomar conta de alguma coisa que nao queremos dizer com os olhos - meu corpo estava entregue a ele, eu tinha que confiar.
Restou a entrega total - portanto somente o prazer se fez presente, somente o prazer teve lugar nas escolhas....eu o queria, queria imediatamente, ainda que sempre enquanto estive com ele eu precisei senti-lo cada vez mais para me completar, me sentir mulher!

Os beijos entorpeciam-me pela frente e pelas costas, dos beijos vieram as carícias mais quentes, minha temperatura subia - estava eu em chamas, estava em combustao viva!

Carícias, beijos, massagens, meu corpo pegava fogo, queria explodir, queria soltar todas as chamas que cresciam ardentes dentro de mim

Aquele clima, aquele cheiro típico dos países arabes (mistura de sabores, fragancias, aromas, incensos) era tudo uma loucura - juntando a tudo isso, estava aquele homem -que tantas mulheres desejam, aquele homem que os deuses nao fizeram copia, um homem unico que nao existia outro igual era meu, simplesmente meu!

Como poderia eu me sentir diante de tudo aquilo?
Cheia de prazer!
Prazer, acima de tudo prazer...muito prazer foi o que senti.

Mas, confesso a voces que no meio do prazer estava uma certa sensacao de poder
Quando eu o olhava sentia que tinha mais poder do que tudo nesse mundo, afinal aquele homem me desejava, eu, ele nao desejava uma super top model, mas sim a mim, ele nao desejava aquelas do sistema, mas sim a mim!
Isso era muito ruim, eu nao queria ter esse tipo de sensacao, mas senti.

Certa vez ao conversar com ele sobre como o sistema me valorizava - ou desvalorizava pessoas como eu, dei entender a ele que eu nao o merecia- claro, se eu sabia disso e senti prazer por ele estar comigo sendo eu bem diferente dos padroes do sistema eu mesma aceitei o desvalor que o sistema me dava.

Ele disse que eu nao estava com alguem manipulado pelo sistema, mas um homem, um humano - que via em mim uma mulher, uma humana -sem rotulos, sem os valores do sistema - portanto eu nunca poderia me sentir abaixo dele e sim ao lado, no mesmo patamar, no mesmo valor.

Mas, naquele momento do amor, eu deixei que essa sensacao tomasse forma, me deixou imensamente grande, linda, poderosa!

Olhar aquele lindo, jovem e rico homem que precisava tanto de mim, que sentia tanto prazer comigo, com meu corpo que nao era o corpo de uma modelo, que nao era o corpo de alguem poderoso do sistema - Oh! eu por momentos senti o que nunca deveria sentir.

Me senti bem em ver alguem dos padroes do sistema amando alguem fora dos padroes - que horror!
Me senti importante porque ele me desejava sendo eu nada do que o sistema exigia para fazer parte dos seus valores, eu me desvalorizei, me coloquei exatamente onde eles queriam.

Por isso, depois daquele noite eu contei a ele como me senti e nós dois juntos trabalhamos esse sentimento dentro de mim. Eu nem precisei contar - na verdade Addi sentiu isso e entrou no assunto delicadamente, eu apenas nao vi motivos para tentar mentir, ele me conhecia muito bem, e foi ele que sempre tentou me mostrar que eu nao deveria aceitar os rótulos do sistema, foi ele que me fez aceitar o que sou sem me importar com tantas etiquetas, com tantos falsos valores. Contarei adiante sobre isso.
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As músicas árabes continuavam a encher nosso quarto com rítimo quente e envolvente, nos fazia arder mais ainda, a libido subia, nos tornávamos fogo vivo!

Senti-lo dentro de mim era como me sentir imortal...seu gosto, seu cheiro, seu líquido me dava tanta felicidade em ser mulher, em estar entregue nos bracos daquele homem.
Estar com ele me dava o poder de todas as criaturas desse mundo, eu nao podia resistir a esse todo poder, me entreguei...

Era como se eu me tornasse um Ser além desse mundo, todas as energias e poderes estavam em minhas maos, no meu corpo - deixa-lo me possuir me fazia sentir dona de toda a forca da criacao - eu nao estava mais no meu corpo materia, eu nao estava mais nesse mundo, mas no poder que somente deuses possuem quando criam - acho que esse é um grande poder, o poder que muitos seres humanos estao tentando conquistar - matam e manipulam para sentirem esse poder.
Eu podia sentir esse poder, essa forca quando era amada, nao precisa nenhum crime cometer, nao precisa forcar a mim e a ninguem a nada, eu cheia do amor daquele homem, preenchida por seu amor, sua forca masculina, por seu verdadeiro amor, conquistei esse poder, essa forca!

Nos amando, ele sussurrava seus sentimentos bem baixinho, seu rosto tocava o meu quando seu corpo descia - seu corpo subia e seus olhos me olhavam, seus lábios se abriam, falavam...

"I love you" - sempre lhe escapava - era uma frase dita com toda forca de seu Ser, nao tinha como mentir, nao tinha como fingir, seu corpo todo lhe traia, e ele nao desejava nunca isso esconder - eu percebia!

Eu sempre sentia um imenso desejo de soltar essa frase também, mas poderia depois ser apenas uma frase dita no momento - lembrar de como eu reagi quando ele me disse que iríamos pro Egito, me deu mais medo - pois entao nao estava completamente segura do que esse medo significava - sentia eu ainda algo pelo Tarek?
Nao tinha certeza das minhas respostas, portanto me fechei, com medo de errar, de fazer algo que o machucasse depois.

Quando ele me dizia que me amava, eu nunca dizia que eu o amava, mas Addi sempre dizia que sabia que eu o amava, eu demostrava de qualquer maneira meu amor.

Meu corpo, meu jeito, tudo denunciava meu verdadeiro sentimento.
E um homem que é um homem mesmo, sabe aquele homem que faz jus a seu sexo, a sua masculinidade - aquele que aprecia de verdade uma mulher, que conhece as mulheres, entao esse sabe decifrar as mensagens que o corpo feminino solta, mesmo quando a mulher nao quer dizer " eu te amo" ela acaba dizendo por suas reacoes, por seu corpo, seu olhar - de alguma maneira, sem querer isso escapa dela.

Cada toque seu, cada beijo, cada vez que eu o tinha dentro de mim, cada vez que seu orgasmo explodia dentro do meu orgao sexual - eu me entregava, confessava pelas minhas reacoes o meu grande amor por ele, mesmo que eu nunca uma palavra tivesse dito.

O que eu sentia quando ele estava comigo nao tem palavras, mas era uma satisfacao tao plena que somente sentimos isso quando estamos com alguem que amamos muito, muito plenamente.

Ficamos muito tempo na cama nos beijando, conversando...nos sentindo!

A fome bateu depois de tudo, e rindo fomos tratar de cuidar do estomago.
Dessa vez preferimos ir ao restaurante, viemos pro quarto para comer e acabamos nos amando rsrsrs, melhor agora seria ir para fora da cama, fugi do ambiente que nos convidava para na cama sempre estar.

Escolhemos uma mesa que pudessemos ficar a vontade, mais discreta possível...

Aproveitei para fazer perguntas que antes nao tinha feito muitas vezes...
Quis saber como ele podia entender tanto as pessoas comuns - me contou que muitas vezes quando ia trabalhar deixava o carro num estacionamento na cidade e pegava onibus, queria saber como as pessoas estavam, conhece-las, ele sempre fez isso desde os tempos do colégio.

Se todos os políticos fossem as ruas, viver como o povo vive, fazer como o povo faz, entao eles poderiam melhor entende-lo.
Addi, sabia o que era enfrentar filas, sabia o que era ir a um hospital público, o que era ficar sem comer, sem beber, passar frio, nao ter dinheiro para comprar as coisas básicas etc.

Me contou cada uma das coisas que fez para sentir como todos se sentiam, todos que nao nasceram com poder, que nasceram abaixo da linha da pobreza, sentir-se como aqueles que estao velhos, doentes, injusticados ou sozinhos.

E naquele dia ele me contou algumas coisas do mundo dos negócios, seus perigos, suas maracutais, suas manipulacoes...como é perigoso, como é futil, egoista, manipulador - um mundo de grupos um tentando engolir o outro.

O que vemos nas notícias nunca é a verdade, que pobres que diziam matar ricos, sempre há uma outra história por trás, pobres matam pobres por alguma desordem social, pessoal ou mental, mas quando voce ouvir que um pobre, ou seja que nao foi um dos poderosos matando, entao lembre-se os ricos mandam matar os ricos, e mandam matar os pobres.

Os poderosos mandam matar quem incomoda e acham outros para levar a culpa.

Bom, nosso diálogo foi muito complexo e extenso, eu apenas estou colocando simplesmente algumas partes, resumida do meu jeito para voces entenderem.

Ex: as pessoas que mataram John Kennedy, John Lennon, que mataram outros famosos e poderosos - tenham sempre em mente, que as que aparecem nao sao as verdadeiras culpadas.
O que eles colocam em evidencia é exatamente o que eles querem que a gente acredite- mas, a verdade essa está bem escondida.

Temi por ele, mas ele disse que eu nao deveria nunca temer, que tudo estava bem, ele nao incomodava os grupos que se acham donos do mundo.
Que ele nao era uma pedra no sapato de ninguém.
Será que nao mesmo?

Ele nao queria conversar sobre isso na hora em que comíamos, voce sabem como sao os arabes, na hora de comer temos que nos alegrar e nos unir em amor e nao falarmos de coisas que facam mal ao trabalho do corpo, que provoque problemas no estomago.

Tanto ele, como Tarek e outros arabes que eu conheci nunca gostavam de falar de coisas ruins nesse momento, nem gostavam também que tivessemos discursoes antes de dormi.
Algo muito certo no mundo deles, dormir com raiva de alguém nao nos traz benefício algum.

Por isso se eu tinha uma desentendimento com Addi (coisa rara) ou com Tarek (o que sempre acontecia), eles sempre queriam que resolvessemos antes deles irem para cama.

Depois do jantar fomos passear pela cidade, foi uma noite encantadora, aliás todas as noites e todas as horas que passei ao lado dele foram encantadoras e inesquecíveis.
abaixo um vídeo mostrando um pouquinho da Algeria ou Argelia



Ps- em frances e em outras linguas o país se chama algerie algeria, algerien etc...mas em portugues eles dizem que o país é Argélia, e a capital é Argel, mas a capital éem frances chamada de Algiers, em ingles Alger, assim como em outras línguas, mas no Portugues é Argel.

Continua.....

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