Foto de Marrequexe
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Ele ria e me perguntava se tudo estava bem, em resposta eu fingindo que ia algo dizer, para distrai-lo acertava meu "golias" com mais uma boa almofada bordada e imensa, que fazia parte da decoracao da poltrona extra que o hotel deixava no quarto, por essa ele nao contava.
Ele gentilmente fingia que fora atingido - eu era a vencedora.
Ai fingido!
Eu nao iria me aproximar, podia ser um truque...
Tentaria saber como estava meu adversário a distancia.
Mas, ele disse que tava tudo bem, eu era a vencedora e poderia exigir dele o que quisesse.
Me aproximei para ganhar meu premio, e fui aprisionada por aqueles bracos másculos, beijada por aquela boca carnuda, acariciada pelas maos mais amorosas que ja tinham me tocado.
Seu corpo pressionando o meu dava sinal de que eu nao tinha mais como escapar
Era hora do acerto de contas, e meu premio só viria depois de algumas coisas estarem bem resolvidas.
Vi que meu óculos de descanso estavam perto, estiquei minha mao e o peguei, coloquei os óculos e disse que nao valia tirar vantagens de um adversário que usava óculos.
Addi corrigia minha frase dizendo que nao valia bater em adversário usando óculos, mas o que ele iria fazer nao tinha nada a ver.
E nao teve jeito, ele foi o vencedor, me nocauteou com seus beijos e abracos.
Estávamos comecando a nos amar com nossos corpos deitados no meio do colchao, suas pernas ficavam para fora por ser ele muito grande, era incomodo, mas ele nao se incomodava.
E quanto mais o fogo da paixao nos consumia, mas nos movíamos para a beirada, mais meu corpo era empurrado para frente - assim em pouco tempo minha cabeca estava pendendo na beirada do colchao, eu sem forcas deixei-a pender, nao tinha tempo a perder com esses pequenos detalhes.
Addi passou uma das maos por baixo da minha nuca, segurou minha cabeca firmemente enquanto seus lábios tocavam meu rosto, beijava-me os olhos, enchia minha boca com sua boca, brincava com sua língua por dentro dela, por fora dela e por toda minha face.
Nossas carícias nos levavam ao prazer que se alongavam e pedia espaco ate que minha bolsa que estava na poltrona extra foi ao chao, acho que quando tirei a almofada de alguma maneira ela comecou a cair devagar.
Meu celular caiu e ele percebeu que vibrava, eu tinha me esquecido que havia-o deixado para vibrar em vez de desligá-lo, o que iria acontecer agora?
Na tela do celular aparecia o nome de Tarek a piscar, Addi me olhou e eu nao entendi o que ele ia fazer, para minha surpresa ele parou tudo e esticou a mao pegando o celular, meu coracao parou, quase nao consegui respirar, era agora que toda minha vida com ele iria acabar, eu temi.
Sofri naqueles minutos como se fossem anos de sofrimento.
Ele por cima de mim olhando pro celular e dando ok atendeu-o - Hello - disse ele.
Repetia o "alo", mas parece que Tarek tinha desligado, ou ficou sem saber o que dizer ao ouvir voz masculina.
Voces nao sabem o que foi olhar para ele debaixo de seu corpo, e ali naquela posicao ver seu olhar perscrutando minha reacao.
Nao sabia o que dizer, eu resolvi pedi desculpas, talvez seria melhor encarar a situacao de frente.
Pela primeira vez, desde quando ele me disse no deserto que sabia que eu iria ligar pro Tarek quando estivesse sozinha no deserto vi ele se interessar em saber o que conversei com ele.
Clicou alguma coisa no celular e ficou a ler - pude perceber que lia nossas mensagens.
Seus olhos presos na tela do celular, seu corpo que comecava a pesar sobre meu corpo, ele percebeu soltou-se entao mais pro lado para que eu nao fosse pressionada por seu peso.
Eu nao sabia o que ele estava sentindo, eu estava muito confusa para visualizar o quadro emocional em que ele estava - acabando de ler, ele desligou o celular parou os olhos sobre os meus - me encheu de culpa aquele olhar inocente, cheio de amor mas com dor.
Eu ali sofrendo aquela situacao por minha própria culpa esperava que ele dissesse "ACABOU", ou qualquer outra palavra ou frase que nos separaria.
Mas ele nao disse nada, seus olhos sobre os meus, seu semblante estava sem definir suas emocoes, nao parecia zangado, nao parecia alegre, apenas distante, ao mesmo tempo em que me fitava tao profundamente - simplesmente me olhava como se estivesse indo fundo dentro de mim, parecia entrar dentro da minha alma.
Eu quis falar mas nao consegui, tinha que deixar ele falar, tinha que respeitar aquele seu silencio.
Segundos depois ele moveu seus olhos para minha boca, depois novamente pros meus olhos e me perguntou
- Why do you saved all messages?
(por que voce salvou todas as mensagens?)
- I dont know Addi, sorry me, but they re not importante to me, believe me
(nao sei Addi, desculpe-me, mas elas nao sao importantes para mim, acredite-me)
Ele abaixou os olhos mais uma vez, pensou e disse.
- Delete them, also for me they arent important, I will bath me then we talk.
(delete todas, tambem para mim elas nao sao importantes. Vou tomar banho depois nos conversaremos)
Ajudou-me a levantar, me beijou e foi pro banheiro.
Eu nao conseguia me mover, fiquei ali sem saber direito o que fazer, estava ansiosa, estava com sensacao de culpa e estava com muito medo.
De repente eu me sentia horrível, poucas horas atras estávamos brincando, o que a vida fazia comigo, por que tinha sempre que querer me ferir dessa maneira.
Foi entao que o celular dele tocou - achei melhor atender - era uma mulher.
Ela foi falando em arabe e tudo que entendi foi " Addi".
Pronto, estava formada uma tempestada de sentimentos que me deixaram mais confusa, desliguei o celular e logo em seguida ouvi ele tocando e tocando - como eu nao atendia a pessoa mandou um email.
Abri o email, mas nao consegui ler nada, tudo estava em arabe - vi que tinha uma foto de dois coracoes e um ursinho.
Pensei logo que seria alguem que ele estava se relacionando - por que pensei isso?
Acho que minha culpa me fez pensar assim, seria mais facil, eu agora o tornava culpado quando na verdade era tao inocente.
Peguei minha bolsa, escrevi um bilhete pare ele, coloquei o hijab e sai.
Nao queria ficar ali, precisava sair, eu estava confusa demais para enfrentar tudo aquilo.
Eu estava fugindo porque nao sabia como poderia ser nossa conversa?
Eu estava fugindo por medo de minhas reacoes, ou por que de repente eu trouxe Tarek entre nós dois?
Como pude permitir mais uma vez Tarek na minha vida, ele sempre evitou de me levar para a dele, e eu sem cuidado com a pessoa mais importante que eu conheci estava permitindo essa invasao... nao, isso tinha que acabar.
Passei pela recepcao, os dois recepcionistas me olharam curiosamente, com certeza acharam algo errado no meu estado, algo eles sentiram pelo jeito que estavam a me olhar.
Esqueci o meu celular na cama.
Se algo me acontecesse nem poderia chamá-lo, mas eu nao tinha percebido que esqueci, até o momento que precisei dele.
Uma sensacao de vazio, medo e tristeza tomava conta de mim, parecia que eu tinha sido quebrada em vários pedacos.
Na rua sozinha, livre para chorar deixei as lágrimas rolar, andava e andava sem ao menos marcar para onde ia.
Mas, a experiencia que tive no Egito me veio a cabeca e por um momento parei de andar, olhei para os lados para ver se tinha me afastado muito do Hotel.
Percebi que nao estava muito longe e por isso resolvi parar por ali mesmo.
Sentei no banco da praca, deixei todas as lágrimas sair, me esvaziei.
Agora era o momento de pensar, de refletir e corrigir alguma falha que eu cometi, ainda que nao quisesse - teria eu alguma chance?
Um taxi parou perto de onde eu estava, um casal islamico saiu, ele com cuidado segurava as maos de sua amada, andaram em passos sincronizados, foram andando até sumirem de minha vista.
O taxi continuou parado, o motorista olhava alguns papéis, nao sei bem o que fazia.
Seu taxi com radio ligado, uma música linda na lingua arabe-francesa rolava, aumentando mais minhas emocoes.
Me senti sufocar, queria tanto agora abraca-lo, me jogar a seus pés, pedir perdao!
Ele nao merecia passar por aquilo, eu nao o protegi, eu com minhas atitudes impensadas e impulsivas quando liguei pro Tarek lá do Hotel do deserto - agora estava recebendo de volta o resultado.
Oh, por que? Addi sempre foi correto comigo - eu estava ali me corrigindo quando meu pensamento voltou-se para a voz suave e doce no celular - Ah! aquela mulher!
Nao eram as cunhadas, nao eram as namoradas dos amigos, quem seria, toda doce e falando o nome dele com tanta intimidade - quem poderia ser?
E se ele tinha um caso como podia estar com as duas se estava quase sempre comigo?
Ah! deveria ser um caso anterior - sim era isso!
Mas, ele era virgem, eu mesma era testemunha - nao foi uma amante, talvez um alguem que ele nao pode ficar antes e agora estava de volta.
Mil pensamentos afloraram na minha mente banhada de ciúmes e culpas.
Veio também os momentos de amor nosso, o jeito dele, seu carinho, suas palavras, eu nao sabia porque mas nao queria perde-lo.
Pelo menos nao daquela maneira, afinal foi eu quem errei.
Pensei em ligar para ele e dai percebi que nao estava com o celular.
Ajeitei-me e me levantei do banco, me preparava para voltar.
Quando dei o primeiro passo pude ve-lo vindo em minha direcao.
Ai meu coracao - quase explodindo saltando pela boca, eu me segurei para nao gritar seu nome, para chama-lo e dizer que viesse para mim voando.
Tive um imenso desejo de correr para seu bracos, apressei meus passos, mas decidi esperar.
Ele com certeza poderia mais rapidamente me alcancar, e parada sentindo meu coracao acelerado me segurei.
Lágrimas de alegria por ve-lo querendo transbordar, eu segurando-as, eu estava controlava, mas nao poderia ser por muito tempo.
A emocao era muito forte!
Quando já estava perto de mim ele parou um pouco, pegou o celular e falou com alguem, fiquei sem saber como reagir de novo - será que era a tal mulher?
Ele veio mais para mim, e chegando próximo me ofereceu seus bracos, estávamos os dois cheios de emocoes - queríamos nos beijar e expressar todo nosso sentimento - mas preferimos sentar no banco para conversar.
Segurando minhas maos, me olhava com um olhar pacífico, expressava ternura e seguranca.
Tomando meu rosto em suas grandes maos me perguntou porque fugi - eu nao consegui responder, estava com a boca seca pela culpa, pela dor.
Ele me tocou os lábios com seus dois dedos e disse
-Listen it ! ouca isso!
E me passou o celular - "Hello" - disse eu
- Hello Fri, how are you? Im Faih, sorry I didnt know that was you on telefon, I didnt expect Addi was with you my dear.
(olá Fri, como vai? aqui é a Faih, desculpe-me eu nao sabia que era voce que estava no telefone, eu nao esperava que voce estivesse com o Addi)
Entao fiquei sabendo que aquela mulher era a prima dele.
Como fui tola em sair precipitadamente, que tolice, podia acabar acontecendo alguma coisa pior.
Addi me tomou as maos e disse - "lets go back , I wish you, I need touch your skin now, smell you, be beside you until my last day of life, come my love!
(vamos voltar, eu te quero, preciso tocar sua pela agora, sentir seu cheiro e ficar do seu lado até meu último dia de vida)
E fomos pro Hotel, de volta pro nosso ninho de amor, lá onde estava ainda nossa cama quente, nosso cheiro - no ar ainda vibrava toda nossa alegria assim como também nosso breve mal entendido.
Teríamos muitas coisas para conversar, mas com certeza antes de qualquer conversa nossos sentimentos precisam se expressar, precisavamos nos tocar, nos sentir e eliminar todas essas faltas, satisfazer todos nossos desejos que nasceram mais forte depois desse dia.
Na verdade eles nao renasceram eles sempre estiveram vivos, mas a sensacao de ficar sem ele ou ele sem mim aumentou mais nossos sentimentos.
Eu sabia que o queria muito naquele momento, tinha uma sede dele que me deixava ansiosa para aplacar toda a secura que me chacoalhava o coracao - eu o queria e tinha que mostrar a ele que o que fiz ao ligar pro Tarek nunca foi pra machucá-lo.
No deserto eu pensei em fracoes de segundo que queria mostrar a ele que nao deveria ter me deixado sozinha, mas no fundo o que eu tinha sentido era apenas medo por ter ficado sozinha.
Turquia
Na verdade eu nao precisava falar nada, minhas atitudes estavam falando, Addi sentia e sabia mais de mim do que eu mesma.
E enquanto eu me lembrava desses momentos a realidade daquele dia do acidente de Addi me trouxe de volta - ouvi um barulho imenso fora do meu quarto e algumas vozes em tom de desespero.
Pensei que algo aconteceu com meu Addi, meu coracao disparou, eu precisava ve-lo.
Mas, ao sair da porta entendi o que se passava - Faridah estava desmaiada, e todos preocupados tentavam acudí-la.
Eu me preocupei, nao sabia se corria para me juntar a eles ou se seguia pelos corredores até chegar ao quarto do Addi.
A chegada do médido para dar-lhe socorro ajudou-me a decidir e eu me fui.
Vendo que "Faih" - a Faridah tinha todos a seu lado fui em direcao ao quarto onde estava aquele que nao podia me faltar.
Todos a chamavam de Faih por causa do Addi, que quando pequeno nao conseguia dizer o nome dela corretamente e todos passaram a chama-la assim também.
Foi a Faridah quem ligou naquele dia no Hotel, pensava que Addi estava em algum lugar qualquer, menos podia imaginar que estava na Algeria com a Fri.
Só tive conhecimento de que fora ela, um dia depois de conhece-la e ouvir Addi chamando-a por Faih.
Ps- Para entrar na Algeria (argélia pros brasileiros) deve-se tirar o visto, os turistas brasileiros precisam de visto para entrar no país, nao se esquecam - quem for para lá organizem tudo antes de comprar a passagem, entrem em contato com o consulado, vejam na internet.
Percebi enquanto estive por lá que eles quase nao aceitam cartoes de crédito, nao que Addi usasse o cartao, aliás ele só o usava quando muito necessário.
Me dizia sempre que o cartao seria um dia o motivo para controlar a todos nós, assim como outras facilidades que nos foram e ainda seriam oferecidas pelas ordens dos grupos que mandavam no mundo.
Diante de tudo que vejo hoje em dia no mundo acontecendo, relembro do que ele dizia, do que ele contava e vejo quanto ele tinha razao.
O povo da Argélia é muito hospitaleiro, mas em todo lugar existe os bons e os maus, melhor conhecer a cultura antes de ir para qualquer país estrangeiro.
A quem for - Boa viagem!
Continua......