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Ter sido a mulher que Addi amou, foi para mim a concepção da exatidão - se eu duvidava que algo podia ser tão exato, tão preciso e tão perfeito, essa duvida foi eliminada quando eu pude finalmente perceber e aceitar que eu fui seu amor - a mulher que ele escolheu e que não precisou seguir nenhum padrão além dos seus próprios padrões d´alma - sua escolha, seu desejo, nascido espontaneamente da alma, sem interferências externas do sistema.
O amor daquele homem foi tão suave e tão delicado... e ao mesmo tempo tão seguro, determinado e forte!
Marrocos
Foi uma estranha situação, obriga-lo a me deixar dormir sozinha, mas eu não fazia isso por sentir estar zangada com ele, ou ter algo contra ele - ao contrario - queria protege-lo do meu desequilíbrio emocional.
Na verdade não era desequilíbrio emocional, eu estava lutando contra o que o meu íntimo perfeito não aceitava: a imperfeição que vivenciamos nesse mundo.
Para me explicar melhor vou dar um ex: algumas pessoas me acham chata, sem graça; pois não fumo, não curto festas, não bebo, não gosto de fazer compras, não gosto de chocolate, não gosto de carnaval,. café, samba, filmes de terror- zumbi, etc... não sou religiosa, não celebro datas do sistema; nem mesmo meu aniversario, não gosto de nada desse mundo (tirando a natureza e sua beleza superficial - pois mesmo a natureza não é bela quando a olhamos profundamente - a natureza, como tudo nesse mundo é carne comendo carne) - então, as pessoas me acham chata, e não me acham interessante pois não curto as coisas que o sistema oferece e todos aceitam numa boa.
Elas sempre tentaram e tentam me fazer sentir horrível por causa disso.
Já me senti como elas queriam que eu me sentisse - Mal - .muito MAL por ser assim; por não ser como elas são e como elas queriam que eu também fosse - até que um dia eu pensei:
-Hei, elas é quem são chatas e sem graças e nada interessantes - porque eu devo aceitar o rótulo (os muitos que nos dão qdo não aceitamos ou fazemos as coisas que todos fazem ou aceitam ), que sou Eu o que elas querem que eu seja, somente porque não sou igual a todas - por eu não seguir outros como gado obedecendo comando e indo pro pasto?
Ordens de outros que simplesmente se dizem superiores, meus donos, meus chefes, meus deuses, meus guias - por que devo aceitar o que os outros querem? Porque estou dentro de um sistema? ah é?
Por acaso esse sistema me dá tudo de graça? não, ao contrario, eu e todos nós, nos matamos para sustentá-lo.
Se quisermos viver aqui, temos que pagar por tudo; comer, beber, respirar, nascer, morrer, pela segurança (que pensamos que existe, mas é apenas uma ilusão), trabalhamos como escravos para consumir o que o sistema inventa que precisamos "comprar, trabalhar e comprar de novo, num círculo vicioso até morrer" - e assim vamos fazendo tudo que ele nos diz e obriga - simplesmente porque temos medo de perder "a segurança" que (ele) parece nos dar.
O sistema tinha sim que nos oferecer condições para vivermos dentro dele, mas a coisa está invertida...somos nós que vivemos escravizados dentro dele; e pior e que pensamos que somos livres, muitos ainda agradecem por tudo que conseguem aqui - se soubessem que pagam por coisas que deveria ser do direito de todos.
Lembrei agora de uma coisa - pensa no IPTU que vc paga, ou numa casa que compra, você paga pelo terreno pro governo - por que um governo pode dizer que é dono da terra? por que alguém diz q é um rei e dono de terras? desde quando nascemos e trazemos conosco a fatura e registros de compras de pedaços do planeta?
O mesmo acontece com as musicas que muitas gravadoras dizem deter os direitos e nos cobram multas se as copiamos para ouvir - eles mesmo pegaram as músicas de outras pessoas, se apossaram delas e dizem ter direitos - procura na net mais informações sobre como aconteceu, bem lá atrás, não falo das musicas novas tipo Lady Gaga e outros do gênero - pega informações de como começou essa estória de direitos sobre músicas e outras coisas - se eu achar o site que li tentarei traduzir para vocês perceberem o jogo.
Olha gente, as leis que nos regem - que dizem que é justa - que faz justiça, e nos obriga a andar na linha, ela mesma possui brechas nas suas regras que permitem coisas ilícitas acontecerem - eles chamam isso de estar na fronteira da legalidade - vou contar a vocês em outro post um exemplo disso, que acontece diariamente na Alemanha, e claro que acontece pelo mundo todo - sobre como alguém pode roubar e prejudicar outros legalmente e a lei não pune porque esta ainda dentro da maldita fronteira da legalidade com a ilegalidade (dentro dos paramentos legais)- não posso viver num mundo, assim para mim o que é certo precisa ser 100% certo, senão não é certo e sim errado.
Eu sempre saio do assunto da postagem, pois preciso colocar meu raciocinio mais claro, somente assim, sinto que me expliquei bem - desculpem se escrevo demais - esse é um habito que tenho desde nova.
Marrocos
Acordei no meio da noite, de sobressalto - respirei fundo, buscando tanto ar quanto eu pudesse ter- abri meus olhos, parecia que tinha sido levada para o fundo de um calabouço e sufocada por algum tipo com mãos pesadas e sujas - um alguém, no sonho, um sonho pesado provocado por ter ido dormir estressada e confusa, me apertava o pescoço, me puxava para baixo de onde eu só sentia que não conseguia escapar.
Addi também acordou, despertado por minha respiração ofegante e sobressalto.
Ele me abraçou e me protegeu - como sempre - ele estava ali para me acalmar...eu me entreguei ao calor confortante de seu abraço, relaxei com sua presença protetora, me acalmei plenamente protegida por aquele homem que sempre estava presente quando eu precisava.
Eu ouvia seu coração - aquele rítmo me era tão familiar, aquele som me era tão pacífico.
Ele não perguntava nada, mas me dizia tanto com sua atitude, me dava tantas respostas com sua atenção e afeto que sempre procurava mostrar naturalmente.
Zelosa presença de Addi, que hoje em dia tanto me falta, nunca há de ser esquecida, mas sempre sentida.
Eu não precisei pedir a ele para continuar ali comigo, simplesmente ficamos, como se antes não tivéssemos dormido separados. Na verdade ele esteve presente toda a noite a me observar, sentado na poltrona, cochilando sem conforto - preocupou-se por mim...como sempre muito se preocupava.
Pela manha acordei e ele não estava.
Ouvi vozes vindo debaixo da casa.
Fui ao banheiro e comecei a me preparar e depois descer e participar do dia junto com quem mais na casa estivesse.
Pensava que talvez Faridah estava conosco, não sabia se ela viria para nossa casa, ou se tinha preferido ficar na casa do meu sogro, não na casa ao lado, mas na outra casa dele em outra cidade.
Não queria deixar nenhum clima ruim,eu não queria transmitir nenhum mal estar a ninguém, afinal quando fomos seus hóspedes ela nos recepcionou tão bem, nos tratou tão amorosamente.
Banho tomado, roupa limpa e confortável para o dia, desci para me juntar a eles.
Mas, quando cheguei na cozinha vi que somente Addi e Nazira estavam conversando.
- good morning! I thought I had heard voice of other people!
-( bom dia! Eu pensei que eu tinha ouvido a voz de outra pessoa!)
Enquanto eu os cumprimentava, peguei a mão de Addi que ele me estendeu, assim que percebeu minha presença - me puxou pro seu colo. Nazira me cumprimentou com alegria e vibrante como sempre gesticulava enquanto falava.
Ela me contava que sim, havia uma outra pessoa com eles. Era uma das mocas que ela tinha trazido para Addi entrevistar e confirmar se aceitava-a pros serviços domésticos. Ela queria o cargo de copeira que iria ajudá-la todos os dias.
Addi me dizia que ele confiava na Nazira e seu julgamento - ele havia dado carta branca a ela para que ela escolhesse quem ela sentisse que estava mais apta para o serviço.
Nazira não queria que elas dormissem na casa, eu achei isso muito severo, pois para mim seria melhor se uma delas permanecesse na casa.
Então, após ouvir minha opinião ele olhou para Nazira como se dissesse - agora é com vocês duas - e se foi. Achou melhor nos deixar discutindo essas coisas, me beijou e foi para outro aposento telefonar para a mãe, queria também saber o que Faridah tinha decidido - ficar na casa da família dela, na casa dos pais do Addi, ou vir passar um tempo conosco.
De tardinha
Faridah não viria ficar conosco, nem ficaria também na casa dos pais do Addi, ela explicou que deveria passar um tempo com a família, pois depois não sabia quando voltaria a vê-los.
Assim que o pai de sua criança chegasse, ela iria para sempre viver sua vida com ela. Uma das condições do seu grande amor, era que ela não aceitasse a fortuna da família, teria que viver apenas com o que eles ganhassem...Addi, discordou, ele considerou que esse dinheiro não seria para uso inútil e poderia ao contrário ser muito favorável.
Eles não precisavam usar esse dinheiro com coisas supérfluas, mas sim usá-lo para beneficio de outras pessoas e dos planos deles pro futuro.
Porém, cada uma tem sua maneira de ver a vida, o rapaz não pensava assim, e ela concordou em seguir a vida ao lado dele - deixando para trás toda a fortuna; mas manteria contato com a família normalmente, apenas não usufruiria mais dos bens da família.
Nazira tinha saído para cidade comprar algumas coisas que faltavam para o preparo do prato que Addi tinha-lhe pedido para fazer, ele estava com saudades de sua comida...confesso que eu também gostava muito dos pratos saborosos da Nazira, era ótima cozinheira.
Addi tinha ido pro mar - eu conseguia vê-lo da sacada do nosso quarto - nadava extraordinariamente.
Fiquei a fitá-lo durante muito tempo com um aperto no meu peito, não sabia de onde estava vindo aquele aperto - mas não demorou muito comecei a perceber, vinham dos meus pensamentos, que foram puxados para os acontecimentos na Turquia, nas palavras da mini-megera.
E quanto mais eu o olhava; com toda sua beleza, com todo sua esplêndida figura e caráter me questionei mais e mais se deveria permanecer na vida daquele homem.
Não sei porque pensei em mexer nas coisas dele de novo. O quarto secreto continuava a me encher de curiosidade, mas naquele momento eu queria verificar o que ele tinha na sua parte do closet.
Nunca tinha nem mesmo verificado quantas roupas ele tinha, quantas coisas ele possui - volta e meia pegava alguma coisa para ele - mas nunca tive aquela curiosidade de mexer nas caixas, nas embalagens fechadas, na coleção de relógios e outras caixas e gavetas que não fossem as que estavam mais visíveis ou mais a mão.
Olhei mais uma vez para ele, continuava na praia...ele precisava do mar...eu também, precisava daquele ar, daquela imagem que me dava tanta paz, mas naquele momento toda minha atenção estava voltada a mexer nas coisas dele.
Não é de mim fazer isso, mas mesmo que eu fizesse não estava fazendo nada que ele tenha me proibido.
Então, puxei uma poltrona, puxei-a ate que ficasse embaixo de uma prateleira alta e alcancei algumas caixas,
depois de tanto esforço para retirar algumas, dei por mim que havia uma escada embutida ao lado de umas das laterais do closet - ai! como eu podia viver ali se nunca xeretei a casa nos mínimos detalhes?
Eu digo por que - primeiro por que não sabia se era certo, não me sentia ainda completamente no direito de esposa que ele me atribuía sempre.
Segundo: porque minha atenção estava sempre voltada pro quarto secreto.
Terceira: porque era, na maior parte do tempo, feliz com ele, assim não tinha motivos para vasculhar a casa sem estar na sua companhia.
Abri uma das caixas e la estavam alguns relógios Rolex, naquela caixa estavam apenas os Rolex, nunca o tinha visto usando nenhum deles, pelo jeito ele não os tinha comprado. Talvez ganhou dos pais - ou os usava apenas em ocasiões muito necessárias, não parecia apreciá-los muito.
Addi, não era o tipo que gostava de ostentar riqueza 24 horas, ao contrario - então, pelo visto aqueles Rolex iriam mofar muito mais tempo dentro daquela caixa - estavam todos em ordem, dentro de suas respectivas caixas, abri uns 3 deles e desistir de continuar a vê-los.
Numa outra caixa, toda de alumínio, caixa muito linda e trabalhada haviam coisas que não consegui distinguir o que eram, estavam fechados, organizados - eram objetos intrigantes - lembrei do Tanaka, seriam aquelas coisas algo criado por ele?
Depois de ter duas delas nas mãos, também desistir de continuar a buscar mais detalhes e as guardei.
Uma caixa grande me chamou atenção - eu a peguei, linda, linda! não deu para não admirá-la, que caixa linda! somente a caixa já tinha muito valor; no design, qualidade e acabamento - e dentro dela haviam outras caixas, todas fechadas, mas não lacradas.
Peguei uma delas, no tamanho e formato de uma caixa de sapato, a decoração da caixa era bem árabe, muita cor, ouro, relevo - enfim, eu abri e dentro pude ver várias fotos.
Lembrei de quando nos primeiros dias na casa dele, encontrei fotos em CDs, por que aquelas estavam ali, teriam já sido passadas pros CDs, teriam sido esquecidas, ou elas iriam ter outro fim?
Por que aquelas fotos estavam ali? junto estavam também algumas medalhas; natação, judô, entre tantas outras - esportes e modalidades esportivas que ele praticou.
Achei estranho, pois havia visto algumas no escritório, pode ser que la estavam apenas as que ele recebeu quando já mais adulto...essas eram de quando ele era bem criança e também quando adolescente.
Com certeza algumas coisas do tempo em que ele era apenas um moleque que ele não queria exibir muito, ou deve ter trazido da casa dos pais quando mudou-se para casa da praia e não teve tempo de organizá-las.
Peguei as fotos; em uma das fotos estava ele com Louise, mas quase não pude reconhece-la.
Ambos estavam bem criancinhas, noutras ele com primos que não tive tempo de conhece-los, a família era grande e eu não fiquei tempo suficiente para conhecer todos pessoalmente.
Senti uma certa alegria de conhecer um pouco mais sobre sua infância, sobre sua família.
Lá estava ele, com aquele ar de bondade e aura iluminada, com aqueles olhos cheio de amor - que não mudou nada quando se tornou adulto.
Uma foto maior estava ele com uma prima, me lembrei dela, já tinha visto aquela moca - uma das primas que foi obrigada a casar com um homem que não amava.
Ele já havia me contado sobre ela, e o quanto sentia por todo sofrimento que ela passara.
Eles eram primos muito unidos e podíamos ver que isso vinha já dos tempo de crianças.
Noutra foto estava ele na casa da família com algumas meninas, ele devia estar com seus 17 anos.
Uma das mocas era sua irmã mais velha, e as outras deveriam ser amigas dela ou dele.
Uma delas sentava bem próximo dele, o olhava com ternura, enquanto que ele mantinha seus olhos para câmera e sorria.
Não parecia se importar com nada mais a não ser para quem os fotografava.
Quantas mulheres o havia desejado, quantas ainda o desejavam - Oh! ele podia ser feliz com uma delas, poderia fazer uma linda família, ter seus filhos - todos que quisesse sem se preocupar com o tempo.
Eu não tinha direito de tirar isso dele, se eu ficasse com ele, eu poderia faze-lo feliz? sim, talvez, ou talvez não como dizia a menina na Turquia.
Nunca teríamos a paz do tempo, eu viveria sempre muitos anos a sua frente, ainda que quando juntos parecia que nossas idades não influenciava, o tempo seria implacável para comigo.
Se fosse ao contrário - eu homem mais velho e ele mulher mais nova, nada disso iria afligir-me, pois que a nossa sociedade não cobra isso dos homens - sem contar que a própria mulher tem o tempo diferente dos homens, nos envelhecemos mais rapidamente.
Somos mais resistentes do que eles para muitas coisas, mas eles envelhecem mais devagar do que a gente.
Suspirei...de novo me sufocava com meu próprio senso critico, senso que sempre era demais severo para comigo.
Sufocada, triste, me dirigi pro banheiro - lavei meu rosto que não estava suado e nem sujo, mas me pesava como se tivesse quilos de poeira, lavei mais de uma vez e me olhei novamente no espelho.
Meu reflexo continuava a me mostrar uma mulher que comecei a exteriorizar desde os últimos acontecimentos na Turquia, mas que não tinham nascida ali - a imagem dessa mulher vinha de muito tempo atrás.
Agora ela estava em ação, foi acionada pela palavras daquela garota, e eu não sabia mais como parar a exteriorização daquela Fri, como estancar o nascimento dessa imagem amargurada, cheia de tristeza, negação e infelicidade?
Fui de volta para sacada e ele já estava voltando a casa - me senti envergonhada, não queria que ele me visse naquele estado, não queria que ele me tocasse - não seria a Fri dele, mas aquela mulher amargurada que ele iria tocar.
Peguei um casaco, e as chaves da casa do pai dele, escrevi a ele um bilhete
eu dizia que não podia mais suporta aquela situação, não estava a altura dele, de seu mundo, sua posição social, e pedi a ele um tempo sozinha . e sai pela outra parte da casa, antes que chegasse a casa.
Eu abri a porta da parte secreta do jardim que tinha no banheiro da casa do pai dele, e por lá entrei.
Não acendi as luzes centrais, apenas alguns abajures - aquela casa me trazia tão boas memórias, eu gostava muito de sua atmosfera, decoração e energia, mas não tanto quanto a que vivíamos.
Tirei a roupa enquanto andava - fui deixando-as espalhadas pelo meu caminho.
Lágrimas descontroladas e quentes corriam pela minha face, eu estava livre para chorar -então chorei.
Deixei sair tudo que me apertava...chorei o quanto pude debruçada sobre a cama que um dia ele preparou com colchão de rosas...me levantei e fui ate a janela, olhava a paisagem e chorava.
A paisagem estava agora toda molhada por minhas lágrimas triste, paisagem linda manchada pela minha dor...abandonei aquela visão, voltei-me pro espelho, olhei para aquela minha imagem
- Oh!Fri, o que você tem que sempre as coisas são tão difíceis e, você tão sozinha para enfrenta-las?
Por que tinha que ser eu a viver aquilo tudo?
Me sentia tão responsável se um dia ele viesse a sofrer ou sentir qualquer tristeza um dia - eu sofria por antecipação, eu sei - mas não consegui um equilíbrio no meu intimo, não depois de tudo que passei na Turquia.
Preparei a banheira e me banhei, esfregava-me como se quisesse arrancar a pele que me contornava o físico, machucando-me para me libertar do que nem mesmo eu sabia o que me prendia.
E fiquei ali - murcha, machucada e chocada...antes que acabasse por cochilar e me afogar, sai do banho e me vesti...não queria ficar ali, precisa de ar.
Fui para praia - sentei-me em frente ao mar...já estava escurecendo, mas ainda podia ver um navio distante e parado...podia ainda ver e ouvir os pássaros...mas logo chegaria a noite e o frio aumentaria.
Pelo menos para mim, o frio das noites marroquinas me eram muito forte.
E pensei que deveria ir para casa antes do escurecer e me aquecer confortavelmente na cama, sozinha e abandonada em meus pensamentos - sim, pensar até achar uma resposta que pacificasse meu coração aflito
E quando pensei em me levantar e ir embora eu ouvi sua voz
Voltei meu rosto e o vi caminhando em minha direção envolto em um lençol.
Chegando perto de mim deixou o lençol cair e disse
-I'm here Fri, free from all material things that you judge are between us and divise us, I'm all yours, take me now and dont say anything else...
(Estou aqui Fri, livre de todas as coisas materiais que você julga que estão entre nós, e que nos divide, eu sou todo seu, me aceita e não diga mais nada ...)
Ele se desnudou de todas as coisas materiais; roupas, acessórios, e veio para mim nu como nasceu - me propôs: vamos embora, vamos viver com o que possamos ganhar, eu trabalharei e com meu suor do rosto, dia a dia, sol a sol proverei nosso sustento, farei o que for preciso para te provar que posso viver com você de qualquer maneira, rico ou pobre, o que me importa e estar contigo.
Mas, antes você deve se lembrar que o dinheiro nunca foi por mim usado para beneficio próprio egoisticamente, desde cedo aprendi que o melhor destino para ele e usa-lo a favor do bem.
E usei-o para benefícios sociais - claro que vivo dele, mas não da maneira que as pessoas costumam usar ou desejam tê-lo e usa-lo. Você me conhece um pouco Fri, todo o tempo que estivemos juntos com certeza você pode conhecer o que sou, o que penso, ou ainda não?
Ele tinha lido o bilhete, sabia que eu me sentia mal por tudo que passei, sabia que de vez enquanto eu entrava em choque com minha nova presença feminina - cada dia a nova mulher iria amadurecer.
Sentou-se ao meu lado, nos enrolou no lençol...eu não consegui dizer nada - mas ficamos a fitar o mar.
Antes de escurecer completamente voltamos a casa - tínhamos muito que conversar e sentir
Continua...