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domingo, 14 de agosto de 2011
Um Homem árabe pra chamar de seu, Um amante Berbere- Fri and Addi - Parte 43° - " " Addi e Fri - " A festa "
Fotos taken form (http://www.marrakech-riad.co.uk/de/)
Marrocos - "A festa "
Voltamos para nossa casa.
A festa seria na casa do pai dele.
Eu me senti tao bem em voltar a nossa casa, e estava feliz que nao daríamos a festa para as pessoas que ele faria negócio nela.
Aquela casa era como meu útero e nele eu só permitiria entrar quem eu amasse.
Era loucura pensar assim, mas era como eu me sentia em relacao aquela casa.
Desde o primeiro dia em que fui com Addi nela viver, eu me apaixonei pela a energia daquela casa.
Sei que essa energia partia do Addi, afinal a casa vibrava com ele, e quando ele nao estava, quando tinha ido a negócios para outras cidades eu sentia que sem ele ela nao era a mesma, me senti vazia naquela casa, a casa era parte dele e ele parte dela.
Sinceramente acho que todo o Marrocos só fez sentido para mim por causa dele.
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Addi nao parava de falar ao celular, estava tao atarefado, como sempre atencioso para comigo, me beijou depois se foi sem comer nada para a casa do pai acompanhar o "buffet" que tinha contratado e que chegaria logo, iria falar com a responsável se tudo estava já organizado, se os garcons todos vieram, essas coisas que eu nao poderia fazer por ele, já que nao falo árabe.
Eu me sentia estranha e nao sabia porque, deveria estar me sentindo muito bem, depois de viver momentos de amor dentro do mundo de sonhos que ele criou ali para vivermos e sonharmos ao mesmo tempo.
Passei pelo quarto fechado, aquele quarto sempre me dava o que pensar, por que ficava fechado, por que?
Mas, naquele dia eu nao poderia me prender a essas questoes, haveria uma recepcao importante para ele e eu deveria deixá-lo calmo e feliz.
Fui para cozinha...
Nazira estava cantarolando, sorrindente, eu parei para observá-la, ela era feliz, amava o que fazia, gostava muito do Addi, e me aceitou tao bem.
Seríamos todos felizes com certeza, eu sabia que se me casasse com ele nao teria problema com ela, precisava mante-la, era de confianca e competente.
Me sentindo profundamente estranha, andei devagar pelo corredor, subi as escadas e fui pros quartos....
Andei automaticamente , sim, nao estava no meu normal!
Fui até a grande janela de vidro do nosso quarto, olhei pro mar como se ele estivesse tao distante, na verdade prendi minha atencao ao seu horizonte....
Meus pensamentos estavam longes, eu nao sabia onde estavam, so sentia a distancia deles e até mesmo a falta de conforto comigo mesmo por pensar que nao estava no controle deles.
Nao pensava, sim, eu nao pensava, essa era a verdade ... eu sentia!
A minha estranheza partia de sentimentos, eram sentimentos estranhos que nao deixavam espaco para os pensamentos se organizarem...que sensacao era aquela, por que eu me sentia tao estranha!!!
Um aperto, uma pequena depressao...
Abri a grande janela, fui pro terraco, e observei o mar, fitava-o e fitava-o!
Esperava eu conseguir alguma resposta ao perder-me em sua grandiosidade?
Que importava isso naquela altura !
Descendo as escadas devagar fui-me para a praia...andei em direcao a casa do pai dele.
O carro do Addi estava na frente junto com mais dois carros, e um grande furgao.
Estavam preparando tudo, haveriam músicos árabes, dancarinas árabes, seria uma recepcao ao estilo marroquino/ árabe bastante sofisticada, pelo que eu percebi.
De longe observando tudo eu disse a mim mesma que nao iria estar presente.
Nao gosto de estar no meio de muita gente e muito menos no meio dos que viriam para fazer negócios.
Essas pessoas nao eram amigos do Addi, eram apenas parceiros para futuros negócios, nao precisaria fazer companhia a eles, ainda que sei Addi ficaria feliz, mesmo assim, eu nao queria estar com eles.
Vi a decoracao que havia sido feito para nosso sonho, toda ela sendo retirada da casa, mas eu sabia que o quarto seria preservado, Addi havia promtetido!
Aquela casa tinha um salao imenso, poderia acolher muitas pessoas, recebe-las confortavelmente...com certeza seria uma festa bonita.
Eu queria ir mais uma vez no quarto das rosas, mas se eu entrasse iria atrapalhar os preparativos, preferi andar mais um pouco pela praia e depois voltar a casa.
Ocupadíssimo Addi ia e vinha..
Liguei para ele, seria mais fácil do que esperar que ele parasse alguns minutos para conversármos, e ele me perguntou se eu iria a festa.
Perguntei a ele se eu poderia ficar em casa, me sentia indisposta.
Ele me disse que eu deveria descansar e se depois me sentisse bem poderia ligar para ele que viria me buscar.
Pedi que viesse comer algo comigo, pois se continuasse sem comer ficaria enfraquecido para a noite, ele sorriu com minha preocupacao e prometeu vir que iria a casa comer algo comigo.
Já tinha passado a hora que almocávamos, mas mesmo assim, Nazira preparou algo para comermos.
Addi chegou e disse que nao precisava mais voltar a casa, as pessoas contratadas para o servico eram competentes o suficiente para organizar tudo sozinhos e ele nao iria mais se preocupar com nada.
Com carinho ele me segurou no rosto e me olhando com aquele jeito terno todo próprio dele me perguntou se tudo estava bem.
Ele sentiu que eu estava estranha, e eu sentia também, mas como responder a ele se nem mesmo eu sabia do porque de tamanha estranheza dentro do meu íntimo.
Addi foi pro piano e comecou a tocar algumas músicas de Jonh Sokoloff.
Depois fomos pro quarto descansar um pouco e ao som de "love secret " (veja video abaixo) procuramos cochilar um pouco.
Nazira iria nos chamar a tempo para que ele se preparasse para receber os amigos e depois se fosse para a festa mais tarde.
Addi era uma pessoa que atraia olhares, interesses e amizade das pessoas, e todas pareciam se fascinarem por sua presenca, por sua pessoa.
Tinha muitos conhecidos, amigos, admiradores, mas...amigos mais chegados eram 4.
E ele queria muito poder reecontrar os 4 de uma vez, coisa dificil, já que todos eles tinham suas vidas, um deles quase nao vinha a Marrocos desde alguns anos.
Mas, Amir conseguiu organizar as coisas, alegando a eles que se em alguns meses nao poderiam comparecer para a festa de nosso casamento, que provavelmente iria acontecer em menos de 3 meses, era o tempo que Addi estava calculando para conseguirmos os papéis, entao se eles nao poderiam vir, teriam que aproveitar naquela época
E nao sei como ele consegiu que todos achassem um jeito de virem.
Porem, haveria também a recepcao do Addi com as pessoas que ele e os primos fechariam negócios, com certeza fechariam, só esperando para a notinha e ver como tudo correria.
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Jim chegou, com aquele ar alegre, radiante que nos empolgava, Tadashi veio também trazendo como presente mais uma das suas invencoes mirabolantes.
Agora faltavam mais tres deles - Amir, Karim e Amine.
Cada um deles tinha mais nomes, posso citar esses pois nao tem como alguem descobrir a pessoa deles sem conhecer o sobrenome, existem muitos Amir, Karim e Amine por todo o Marrocos.
Eles chegariam logo para nossa casa primeiro, entao eu teria que recebe-los.
Me preparei, ainda que nao estava muito animada nem mesmo para receber os amigos, tinha medo de deixar transparecer algum sentimento negativo.
Por isso, pedi a Addi que me deixasse fazer um exercício de relaxamento, que aprendi no meu tempo que era Budista tibetana...
Realmente eu conseguia relaxar e me livrar um pouco daquela sensacao de "ficar para baixo".
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Amir chegou com os outros tres, Addi os recebeu, e eu do quarto já podia escutar a alegria dos 5 nesse reencontro. Me arrumei, já me sentia melhor, poderia agora descer e me juntar a todos, pois minha aura estava limpa, minha energia um pouco equilibrada.
Todos me receberam muito bem, nao senti em nenhum momento uma sombra de reprovacao ou crítica por parte deles, eram amigos de verdade e sabiam que o Addi estava feliz comigo, como ir contra alguem que fazia o amigo deles feliz?
Fizeram muitas perguntas sobre o Brasil e o que mais queria conversar comigo era Karim.
Também senti imensa afeicao por ele, com cuidado abordei o assunto de como ele tinha sofrido o acidente que o deixou na cadeira de rodas.
Era uma situacao talvez temporária, pois depois que comecou a terapia seu corpo respondeu muito bem, e com sucesso em seus exercícios a médica pode predizer que num futuro breve, se tudo continuasse como estava indo, ele voltaria a andar.
Tao jovem, tao doce, gostei muito do Karim, ele me fez lembrar do Kazuji, um jovem nissei que amei, nos anos de 1973/1974...
Eu devia ter perto dos 14 anos quando eu o conheci...
Um dia preciso contar nossa história.
Kazuji tinha perdido os dedos dos pés num acidente.
Usava um tipo de aparelho para ajudar na locomocao, para que ele pudesse viver se sentido o mais normal dentro do possível.
Era um nissei tao lindo...inesquecível!
Eu nao sabia que ele tinha esse problema e quando eu disse que o amava ele me mostrou o defeito do pé...
E ainda assim continuei afirmando que o amava, mas ele nao acreditou.
Destruiu tudo entre nós, por nao acreditar que eu seria capaz de amá-lo, ainda que tivesse sofrido esse acidente.
Na verdade amei já 3 pessoas com problemas adquiridos por acidentes, uma delas paraplégico, e também nao acreditou que eu o amava, me tratava mal diante dos meus carinhos e afastou de nós dois a chance de sermos felizes.
As vezes sao elas que possuem mais problemas em aceitar que podem ser amadas, ainda que com a sequela dos acidentes, do que nós mesmos.
Eu sou capaz de amar um Ser humano, ainda que ele tenha sofrido alguma perda física, mas muitas pessoas nao sao, e por isso, os que passam por essa fase, nao conseguem muito acreditar nessa possibilidade.
Enfim, karim também teve uma situacao similar, a sua noiva nao o amava suficiente para aceitá-lo naquela fase, e ele entendeu-a, ainda que ele nao teria feito com a ela a mesma coisa.
As vezes sentia o olhar de Addi, sua atencao voltada para nós dois, pois eu e Karim nos gostamos muito rápido, logo estávamos nos adorando e sabendo muito um do outro.
Os outros também eram admiráveis, seres humanos de valor inigualável.
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A Festa tinha comecado, Addi e os amigos se foram para a casa do pai dele antes de seus convidados chegarem.
Eu subi pro quarto, e fui descansar, até mais tarde quando terminasse e ele voltasse para casa com os 4 amigos.
Mesmo o Jim iria dormir na nossa casa naquela noite, com certeza seria uma noite longa, os 5 tinham sempre assuntos.
Eu ouvia música para passar o tempo, deixe o Cd de John Skoloff rodando, a música dele me lembrava Addi, aliás muitos que tocavam piano me lembravam Addi e sua paixao por esse instrumento.
Eu tinha aprendido piano aos 5 anos, e estava indo muito bem, a professora Terezinha, do Conservatório Musical de Campinho disse a minha mae que eu tinha talento, pois em apenas um ano eu consegui passar para outros niveis, superando a normalidade.
Minha mae de criacao nao gostou do que ouviu, e apois uns dois anos, bem depressa me tirou do piano e colocou minha irma, sua filha biológica.
Mas, ela queria ser bailarinha, amava o ballet...e foi obrigada a tocar piano e eu fui proibida de chegar perto do piano.
Minha professora foi na nossa casa, queria saber por que a aluna prodígia dela nao mais frequentava o conservatório.
Aquilo me matou, eu amava tocar....mas nao teve jeito, ela nao voltou atrás em sua decisao.
Nao poderia deixar que uma filha que nao era biológica superasse a própria filha, o que falariam seus vizinhos, e familiares?
Na época famílias ricas tinham que colocar seus filhos para aprender piano, ou outros instrumentos, viajar para Franca, aprender latim ou grego e assim por diante, tanto tempo atrás....
Assim, os anos passaram, os dedos endureceram e a lembranca da dor de nao poder mais tocar o meu instrumento favorito quando ainda era uma menininha, me fechou para novas tentativas.
Mas, Addi tocava divinamente e podia me deliciar com ele e sua arte, sua comptencia ao tocar o piano com toda sua alma.
Eu desfrutava da magia da música quando o telefone tocou..
Mas, esperei que Nazira atendesse, eu nao queria falar com ninguém e muito menos quebrar aquele encanto.
Depois foi a vez do meu celular tocar...
Achei estranho, pois só quem tinha meu telefone do Marrocos, era a familia do Addi e ele mesmo
E todos eles sabiam da festa.
Ele nao seria e os familiares poderiam ligar diretamente a ele, se queriam saber algo...
Continuei com meu relaxamento envolvida nas emocoes que a música de Jonh S. me proporcionou.
Mas, o celular nao parava e eu acabei por atender.
Era a irma de Addi, desesperada ela me dizia para ouvi-la com atencao.
Me contou que sua professora particular de danca árabe, seria a dancarina da noite na festa .
Ela escutou uma conversa dela com uma outra amiga, e ela dizia que roubaria um beijo do Addi naquela noite.
Professora libanesa, linda, uma das dancarinas mais bem conceituada.
Perguntei a minha cunhada por que ela faria isso?
Ela me explicou que Addi era um bom partido, e as mocas que queriam casar sabiam que ele daria um ótimo marido, e ainda nao estava casado comigo.
Com certeza ela queria mostrar as outras que eu nao era páreo para ela, e que ela, que já teve tantos homens famosos e poderosos nao podia deixar de fora mais um, talvez, na cabeca dela poderia até arrancar do Addi algum interesse, ou era pura pirraca, coisa de mulher que está acostumada a ter tudo.
Minha cunhada me disse que tentou avisar o Addi, mas ele estava muito ocupada quando ela ligou, nao deu tempo para falar nada, pois ele avisou que no momento nao havia oportunidade para conversar.
Ela me pediu para eu me arrumar , me fazer bonita, e ir para a festa, para nao deixar meu homem sozinho, que eu deveria mostrar que ele e eu estavamos bem.
Também me contou que iria estar na festa uma muculmana que a família queria muito que Addi se casasse com a filha, por isso era melhor eu estar presente.
Me disse que estava já a caminho e que me faria companhia assim que chegasse.
Minha cunhada me pediu para considerar esse perigo e lembrar que Addi fez tanto para ter-me em sua vida, eu poderia nele confiar, mas nao deveria na dancarinha confiar.
Fiquei sem entender com o que ele disse, sobre ele ter feito tanto para ter-me em sua vida, mas achei que foi um jeito de se expressar, talvez ela se referia ao fato dele ter pago toda a viagem, de me amar com tanta verdade.
Ela continuou, e disse que mesmo que ela nao conseguisse o coracao do Addi, que inevitávelmente nao conseguria, o acontecimento daria assunto para as fofoqueiras.
Sem folego, um pouco tonta com a situacao, eu nao sabia como viver a defender meu homem, isso era algo que nao combinava comigo.
Afinal, a única vez que fiz isso, enfrentando a Louise levei uma bolsada que quase me abriu o cranio.
Todo o meu poder daquele dia se fora para nunca mais voltar.
Mas, a insistencia da cunhada, e a certeza que ela estaria tambem indo para a festa me motivou a me arrumar e ir para perto do Addi na festa.
Andei pela praia a caminho da casa, nao queria ligar e pertúba-lo para ir me buscar, era tao perto....
Enquanto andava escutava ainda o Cd com as músicas do John Sokoloff que vinha da janela do quarto.
Mas logo já ouvia o som da música árabe que vinha da casa...muitos carros por toda a casa e fora dela....
Pessoas lindas, elegantes transitavam pelo pátio, pela parte externa, pela praia, estavam em todos os lugares...
Pareciam ervas daninhas!
Senti minha pernas bambearem, nao tinha mais certeza que poderia fazer isso....
Sem querer encontrar ninguem, passei pela parte que dava para a passagem do jardim do banheiro, e entrei na casa....
De la, abrindo um pouco a porta ouvia o zumzum das pessoas, o som dos talheres, da música, do som que as mulheres árabes fazem quando felizes.
Eu queria andar, mas minhas pernas nao saiam do lugar.
Nao tinha coragem de enfrentá-los, nao me sentiria bem perto deles, do luxo que exibiam, da ostentacao, eu tinha era vontade de dizer umas boas coisas para eles, sobre todo aquele luxo.
Os parceiros de negócios trouxeram suas respectivas esposas, sofisticadas, arrogantes, pareciam umas garcas cheias de ouros e brilho.
Tanto dinheiro desperdicado em supérfluos, em besteiras materiais, e tantas vidas humanas sendo perdidas na miséria, eles poderiam usar aquele dinheiro de maneira muito mais linda.
Onde há poder, e riqueza há miseria, fome e dor. Por isso sou contra a monarquia e todo tipo de poderes que possam privilegiar alguns enquanto arrasta outros para o sofrimento e dor infinito.
Além de faze-los perder sua vida, sua existencia, pois sem a chance de nos desenvolvermos como humanos, de nos desenvolvermos intelectualmente, fisicamente, espiritualmente em cada vida, perdemos nossa existencia enquanto outros poucos viveram no luxo, no egoísmo da riqueza.
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Lá de cima vi que no pátio as dancarinas se agrupavam e se preparavam para o show.
Tudo parecia impossível de acontecer de maneira a quebrar aquela imagem normal de festa e badalacao sofisticada.
Pensei por um momento se nao seria melhor desconsiderar o aviso da cunhada e voltar ao meu relaxamento.
De cima procurei pelo Addi, ele estava perto de algumas pessoas e conversava alegremente.
O burburinho frenético me confundia, eu me perdia naquele som de vozes, nao entendia nada, ainda a música tornava ainda mais confuso meu raciocínio.
Sabe quando voce esta se sentindo que nao faz parte de uma circunstancia, eu estava assim.
Haviam outras muculmanas por la, como eu saberia qual delas queria um casamento com meu Addi.
Achei tudo muito normal, dentro do que estava se passando, era uma festa, muitas pessoas...a doida dancarina nao teria chances de abordar meu Addi.
A danca comecou, ela no meio das outras abriu espaco, que mulher linda !
Sua danca prendeu minha atencao e de muitos!
Ela poderia mesmo usar seus atributos fisicos e sua danca para envolver os homens, podia sim!
Addi continuava junto com aquelas pessoas que eu nao conhecia e perto dele os amigos também conversavam com outras.
Comecei a me sentir mal, uma falta de ar...precisava sair... desci e alcancei o jardim...
Fiquei por lá..algumas outras pessoas também as vezes iam pro jardim, acho que pegar ar ou fumar, ou sentir o mar...
Muitas palmas, muitos sons de mulheres árabes para sinalizar a felicidade, mas na verdade fazia parte de música...a coisa tava mesmo animada.
Fui andar um pouco na praia, nao longe, apenas um pouco em frente a casa mesmo, fiquei por la um pouco e depois voltei, e para minha surpresa Addi estava com os amigos no jardim...
Dai saiu de dentro da casa aquela "Beleza em pessoa" e mais uma delas, e ela voltou-se para conversar com o Addi e os amigos.
Eu travei, meus pés nao me obedeciam...fiquei ali como uma estátua, esperando algo acontecer.
A dancarina estava cada vez mais próxima do Addi, e vi quando ele simulou um tropeco, ou uma queda e caindo sobre os bracos do Addi, que a tempo a amparou, ela o beijou.
Foi tudo tao rápido, vi como ele se livrou dela, e saiu de perto visivelmente descofortável com a situacao.
Nao sabia o que falaram, eu só consegui pernas para me movimentar para trás, como carangueijo, me voltei pro mar... e fui andando para casa, enquanto a cena nao saia da minha cabeca....lágrimas desciam no meu rosto...teimavam em descer sem controle...
O som do mar me dizia que deveria soltá-las todas, deveria chorar sim...
Corri para casa.... e em frente a nossa casa, me sentei perto do mar, de frente para nossa janela do quarto.
Ainda o Cd de John Sokoloff rodava sozinho no quarto....Eu podia ouvir...
Depois de chorar, fiquei ali petrificada a olhar o mar no escuro da noite, podia mais senti-lo do que ve-lo.
Decidi me banhar um pouco, quem sabe me sentiria melhor.
Fui entrando no mar, entrando até onde senti que nao seria perigoso...
E fiquei ali quietinha, como se estivesse me escondendo num quarto secreto.
Nao sei quanto tempo fiquei, so me lembro de quando senti que o calafrio estava vindo...sentia frio dentro d´agua, seria impossivel de eu me mover e sair para pedir ajuda, agora seria meu fim.
Mas, ouvi alguem que me chamava e percebi logo que era Addi, sua voz estava cada vez mais próxima.
_Addi, Im here ( Addi to aqui)
-Habibi why are you there, did you see what happens right?
(Habibi por que voce está ai, voce viu o que aconteceu nao é)
Eu disse que sim, e que entrei na agua apenas para relaxar porque eu nao soube como reagir diante da situacao. Ele entrou no mar e me abracou, eu chorei de alegria, de felicidade de amor!
Era tao bom estar de volta nos bracos dele.
Ele ligou para a irma, que já estava na festa e ela trouxe cobertores e saimos da agua, ele me levou pro nosso quarto.
Ele me contou o quanto se sentiu usado, e nunca mais aquela moca participaria de algum outro evento feito por ele, por seus familiares e conhecidos.
Ela beijou-lhe os lábios num capricho tolo, que poderia custar a fama de uma boa conduta que a familia e amigos pensava que ela tinha.
Eu sabia que nada do que ela fez modificou o Addi, nao significou nada para ele, mas mexeu comigo, eu passei a pensar se estaria pronta para enfrentar uma sociedade onde haviam leoes e gatinhos.
E eu como gatinho, para me defender teria que mostrar minhas garras, eu nao sei se saberia manter esse padrao.
E sendo eu mais velha do que Addi, muitas outras se sentiria no direito de tentar, já que muitos homens no Marrocos tinham mais de uma esposa.
Agora eu tinha mais algo na minha cabeca para pensar, analisar e saber de mim, como eu poderia administrar tudo aquilo, defender meu homem, meu direito de viver o amor que queríamos viver sem interferencia de outras pessoas.....
Entre nós dois nada mudou, ele a cada coisa que mexia comigo, se desdobrava em amor maior, em dedicacao, afinal lutou tanto para ter-me em sua vida.
Porem, naquela altura eu ainda nao sabia de como ele tinha feito tanto para vivermos o que vivemos juntos, para possuirmos o sentimento vivo do amor que juntos podemos gerar de nossos coracoes, e de nossa almas.
Continua....