segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um homem árabe pra chamar de seu, um amante Berbere -Parte 61° - - Fri and Addi na Turquia, "Casulo da verdade"

http://www.travelqueens.de/bodrum-in-der-turkei


Nao gosto muito dessa música, nao me toca, apesar de nao me fazer mal nenhum.
Mas, o cantor do vídeo tem umas covinhas nas laterais do rosto que lembram um pouco as do Addi, que quando sorria as covinhas faziam um encanto, o sorriso ficava lindo e a gente nao resistia a rir junto. Somente as covinhas faz-me lembrar dele, pois Addi tinha os cabelos bastante fartos e bem lisos e pretos.
As vezes acho um pouco de Addi em algumas pessoas...as vezes vejo ele nas coisas, nos cheiros, identifico ele nas músicas, nos sons, na natureza e enfim...Addi sempre dentro de mim...





Turquia - na casa da prima Faridah, após o acidente


Addi deitado na cama, repousando...se recuperava.
Ao lado da cama, na mesinha lateral um jarro trabalhado de ceramica sustentava o arranjo de flores, umas das rosas do arranjo estava na minha mao.
Eu a contemplava...tentava visualizar um reflexo, nem que fosse pequeno, reflexo que trouxesse o caminho das respostas que eu precisava.

Se a rosa pudesse falar!!!!
Ah! melhor se ela pudesse entender o que eu queria saber....

A cortina estava aberta até a metade, a janela de vidro era imensa, na parte de cima havia uma outra parte que estava aberta, dividida em 3 partes - tipo basculante.

Isso mantinha o quarto arejado....a luz do dia entrava e cobria as sombras que ainda restavam da noite com uma luz brilhante...luz brilhante que resplandecia e trazia forcas para o novo dia.

Eu ainda acordada, estivera toda a noite lá sentada - ao lado dele.
Eu e meus pensamentos em montes- tentava me equilibrar, tentava organizar minhas idéias.
Voltei a pensar no que aconteceu no dia anterior....

dia anterior

Quando me recuperei do desmaio, pois esse tinha sido algo bem leve, como uma leve vertigem - podemos assim dizer...pedi entao a Faridah para levar-me até ele.
Sem hesitacao ela entrou na garagem, pegou um dos carros e abriu a porta em convite para mim.

Entrei esbaforida, tonta, ansiosa, temerosa...sentia-me confusa mentalmente!
Na verdade nao sei bem como definir o que senti naquele momento, se eu for definir com exatidao terei que usar palavras que tornarao a definicao tao complexa... que é melhor evitar de dar a ela grande extensao de definicao.

Sempre ficava e fico ainda muito confusa, quando algo que senti aconteceu, nao gosto disso, odeio sentir alguma coisa, passei minha vida fugindo disso, ouvindo gracinhas das pessoas e até dos meus filhos - quando eu dizia que ia acontecer e acontecia sabe o que eles diziam?
"que eu desejei que acontecesse, que aconteceu porque eu falei.."

Por isso odeio sentir, nao quero ver nada, sentir nada, lutei tanto para afastar isso de mim, mas de vez enquando ainda vem e vinha muito mais antes...

Hoje em dia aprendi a barrar bastante as coisas, me nego bloqueando as imagens que chegam e pronto...me sinto melhor!
As vezes algumas passam pelo bloqueio, mas nao me pegam mais como antigamente - sinceramente isso é um inferno na vida da gente.

Muitas pessoas que possuem essa habilidade ativa e sao boas de coracao, sao amorosas para com o próximo adoecem, morrem cedo, ou vivem na miséria...ou vivem com vários problemas de saude.
Os que nao passam por isso, ou apenas uma pequena parcela disso, acredite no fundo nao sao boas como nós pensamos, ainda que seus atos parecem bons.
Elas usam essa habilidade (que todos nós temos, mas em alguns está adormecida) para algum objetivo, ou beneficio próprio, ou mesmo eles foram colocados entres nós, antes de nascer ou depois.
Eles sao, foram ou estao implantadas dentro do sistema...para parecer que sao o que a gente pensa que sao.
Alguns foram implantados antes de nascer, depois de nascer, ou na juventude ou de outra maneira que o sistema necessitar para nos manipular

Nem vou falar o nome dos famosos que foram implantados, porque sei que muitos vao cair em cima de mim como se fossem uma muralha da china desabando na minha cabeca, pois estarei falando "mal" de algo que aprenderam a gostar, admirar, acreditar que era bom, ou que tinha poder, nao podemos manchar a imagem daquele que usava a habilidade "pro amor e o bem"...

Ah! como esse sistema nos engana com suas marionetes implantadas....
Uma dessas morreu nao faz muito tempo, fazia-se fila de gente para ver esse homem, ainda outro, idolatrado como guru, finalmente deixou esse mundo, era poderoso... também morreu.. pelo bem dos jovens que ele abusava, mas que ninguem acredita que era um pedofilo, era um Deus....
Sim, e assim continua a humanidade...
O sistema coloca muitos deles entre nós, divididos em classes, satisfazendo a todos os grupos da sociedade ou cultura de cada nacao.

As pessoas amam mais "deuses ou endeusados" e seres que nunca viram do que aos seus próprios semelhantes, incrível, os controladores do sistema sabem disso, conhecem nossa mente de ponta a ponta, e sabem como nos manipular.
E aquele que pensa que nao está sendo manipulado é o que mais preso e manipulado está...

Sabe, há pessoas que adoram isso, se sentem superiores as outras, pensam que sao especiais...
Eu nao...mesmo que também sinto as coisas boas, as ruins sao muito mais.
Normal... já que o nosso mundo é todo estruturado no mal, que nos ensinaram a negar dizendo que nao existe.
Bom, nao vou falar disso, o sistema todo ta aí, se fosse estruturado para o bem, certamente a parte maior seria de bem....

Me deixa voltar ao que interessa, porque nao gosto de falar muito das regras sujas do jogo desse sistema... nao hoje.

Faridah dirigia no transito da turquia, que nao é caotico como do Egito, mas nao é nenhum exemplo- nao há muita ordem, obediencia ou disciplina...
Eu nao me importava com o transito, minha toda atencao estava voltada a pensar no Addi e tentar saber o que aconteceu de fato.

Estavámos indo para o endereco do Hospital quando o celular tocou, Faridah acionou o aparelho do carro e em viva-voz conversava em ingles com o Jim.
Ele nos dizia que eles estavam indo para a casa dela.
Fiquei curiosa para saber o por que, e olhando para ela a vi segura respondendo o que eu esperava - por sorte ela fez a pergunta que se formava na minha cabeca.

Ele respondeu que já tinha acionado um conhecido com um helicoptero e iriam retirar Addi do Hospital, ele poderia ser cuidado em casa....
Ela desligou e olhando para mim me perguntou se eu entendi tudo.
Repeti o que entendi que o Jim disse, ela confirmou...concordamos que nós duas estavámos cheias de indagacoes e que por isso deveríamos ir para casa logo e saber mais do que se passou.

de volta a casa da Faridah

Antes de entrarmos já senti uma diferenca, havia mais homens a volta da casa, voltei minha cabeca para conta-los, olhei para Faridah, para ver se ela estava surpresa, mas nao encontrei no seu rosto nenhum ar que denotasse surpresa diante do fato.

Um rapaz veio pegar o carro e o levou de volta para a garagem.
Portoes foram cerrados e homens rondavam a casa, com radio e armados - quem seriam?
Faridah ia a frente e já tinha entrado na casa, eu em passos pequenos e tremulos andava automaticamente em qualquer direcao que meu corpo me levasse, eu nao estava no comando, minha confusao de sentimentos me levava...me conduzia.

Quando alcancei a entrada que levava a sala de visitas vi Jim conversando com ela, percebendo minha presenca ele veio em minha direcao e já falando em alemao.

-Liebe Fri, wir müssen reden, komm mit mir, bitte!
(querida Fri, nós precisamos conversar, venha comigo, por favor)

Ele me contou que um pneu do carro estourou e Addi com habilidade tentou controlar o carro, mas outro carro chocou-se nele, foi daí que Addi se machucou e Jim também.

Entao eu perguntei, se foi apenas isso por que tínhamos mais homens rondando a casa?
Ele disse que eram homens da Faridah, nao tinha nada a ver com o Addi.
Percebi que ele nao me contava tudo...perguntei pelo Addi, antes de continuar com minhas desconfiancas teria que ve-lo.

Indo ve-lo e saber mais do que houve

Andando pelo corredor que me levaria ao quarto em que Jim disse que ele estaria fiquei pensando na confusao que se formou de uma hora para outra.

A porta estava semi aberta, com as pontas do dedo empurrei devagar, evitando muito barulho...logo já pude ve-lo deitado na cama.
Ao seu lado estava um tubo de oxigenio (exatamente do jeito que Addi ficou na casa dos pais quando passou mal na primeira vez do deserto) e uma enfermeira.

Pedi licenca e entrei...perguntei se ela falava ingles e ela disse que apenas um pouquinho.
Ia abrindo a boca para fazer perguntas quando o medico entrou.
Fiquei sem acao, o médico apareceu...onde ele estava antes quando chegamos???
Talvez estava na outra parte da casa descansando...ou mesmo perto de mim, no estado em que eu estava nem tive tempo de perceber nada mais detalhado a minha volta.

Me senti fora de cena, deixei o aposento, nao queria incomodar o trabalho do médico.
Do lado de fora eu conseguia ve-lo a examinar o Addi e a falar com a enfermeira.
Ouvi passos no corredor, olhando pro lado de onde vinha o som vi e a figura elegante e magica de Faridah que já se aproximava de mim.

Tomou minha mao nas suas e com carinho me disse para nao me preocupar, ele estava bem.
Perguntei a ela se sabia os detalhes do ocorrido e ela disse que apenas o que o Jim contou.
Vendo um ruga de preocupacao e de duvida na minha testa, me disse para nao me preocupar, pois ela achava que foi isso mesmo que aconteceu.

Aproveitando que conversávamos indaguei sobre os homens que estavam na casa e que antes eu nao os tinha percebido.
Ela sem nenhum problema me disse que eles eram homens que trabalhavam para ela e para a família.
Seu pai era uma pessoa muito importante e gostava de manter a casa cercada de segurancas, alarmes e todas as tecnologias necessárias.
Fiquei mais calma....e continuei a olhar para dentro do quarto, senti sua mao apertando meu ombro, ela me acalentava... sorri como se quisesse dizer que tudo estava bem....

Assim que ela se foi apertei minhas maos, prendi uma na outra isso parecia me trazer uma certa energia de forca, senti como estavam geladas...muito geladas.

Fui pro quarto...meu celular estava sinalizando mensagens...apertei o OK e lá estava de novo o número estranho quase como se fosse 00003847367 ...mais ou menos assim, so para voces entenderem que nao tinha como eu saber de onde vinha...
E só podia ser dele...Sr. Tarek...quem mais???

Li as mensagens...nao estava nem mesmo absorvendo os sentidos das palavras...mas lia
Fechei o celular...fui pro banheiro lavar o rosto e tirar o cansaco e susto que estavam estampados no meu semblante, certamente, como nao estariam???

Tarek me perguntava onde eu estava....tinha brigado com a esposa, sim...sempre assim, brigava com ela e logo já pensava na trouxa da Fri...mas nao daquela vez...me calei! nao respondi.
Que me interessava agora, eu nao tinha cabeca para mais nada...estava na Turquia para descansar e me recuperar de tudo que vimos e experimentamos no deserto e agora de novo me sentia assim ...tao sobressaltada...temerosa diante das coisas...

Se eu quisesse piorar tudo um pouco mais era bem fácil, bastava aceitar as mensagens dele...ai teria um inferno completo com direito a todos os tipos de maldicoes juntas....

Esperei 1 hora mais ou menos e tomei um banho...vesti um kaftan e sentei no cantinho da cama, me encolhi e fiquei tao pequena que poderia, certamente, caber dento de uma mala dessas de viagem internacional...

Sempre tenho essa atitude diante de momentos de medo, de tensao...me senti tao sozinha.
Olhava para nada como se estivesse a olhar tudo detalhadamente - sem perceber meus pensamentos, que eu pensava estarem presos no ambiente ao meu redor, e nos fatos ocorridos daquele dia, me puxaram bruscamente para o dia no deserto em que eu e ele fomos buscar parte de experiencias que nossas Consciencias esperavam que vivenciassemos para se tornarem mais livres....

Voltei para aquele dia em que Addi me ajudou quando eu tive a crise de hipotermia (nas postagens em que contei q ele havia me deixado sozinha no deserto) e que de lá partimos para outras partes do deserto...

Marrocos - algum lugar do deserto

Addi e eu nós despedimos de todos e fomos, eu nao sabia direito para onde iríamos, mas sentia que alguma coisa extra estava para acontecer na minha vida, algo que acrescentaria mais sentido e mais algo que eu nao sabia definir....

O deserto parecia ir riscando nosso destino nas areias...o vento cumplice do destino cantarolava a cancao dos segredos que nunca estarao completamente ao nosso alcance de fato...
E no meio das riscas das dunas que se moviam, nós nos movíamos para dentro do deserto e seu mundo fantástico, arriscado, encantador, vibrante e silencioso...o deserto pode ser as vezes um tudo ou um nada....

Continua...

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