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sábado, 5 de outubro de 2013
Parte 93° Um amante berbere, um homem arabe para chamar de seu -Fri & Addi - "O Barco"
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theglobesailor.com
Hoje vou começar a escrever a postagem 93°...não sei quando vou terminá-la. Mas, vou tentar pelo menos fazer essa postagem 93 esse mês.
foto retirada do site: theglobesailor.com
Marrocos - Fri e Addi
O Barco
Ele me estendeu a mão - Fri, give me your hand - ( Fri, me dá sua mão) - claro que eu dei e a segurei com firmeza, apertando seus dedos tao fortemente quanto eu pude.
Mas, devo contar uma coisa a vocês...lembro-me, com clareza de detalhes, de alguns momentos que brincamos de mostrar poder - acho que muitos casais vivenciam sempre esses momentos de libertar suas "partes-crianças", eu e Addi muitas vezes nos vimos tomados por nossas crianças internas, famintas por liberdade - e nessas horas brincávamos muito - livremente dentro de nossa infância reanimada, encarnada em nossas corpos adultos.
A nossa infância que nunca morre, apenas finge dormir - nós a libertamos sem dar importância se iríamos parecer infantis, dementes, perdidos, loucos ou qualquer outra impressão que outras pessoas pudessem ter sobre nossas atitudes.
Pois, nessas "horas de jardim de infância" ele quase sempre me tentou mostrar a "forca" que eu tinha, minha grande forca e poderosa...a minha fraca forca.
Eu tentava ser a poderosa, como também, muitas vezes tentei derrubá-lo, bater aqui ou ali e ele sempre se esquivava - e se eu apertasse-lhe os dedos, ou desse-lhe uns beliscões - sempre, sempre mesmo, tudo que consegui foi vê-lo rindo de minha "forca" - ops... minha fraqueza na verdade.
Pois confesso - não tenho muita forca para apertar, torcer, ou mover as coisas e muito menos as pessoas, até para abrir potes de vidros, quando cozinho, é um sufoco...refrigerante - vixi!
Pior é abrir vinho, levo um ano sofrendo...e não abro! Champagne eu abro depois de padecer e transpirar muito, quando digo muito é muito mesmo.
Portanto, se naquele momento eu apertava seus dedos com toda minha forca, ele sentiu apenas a pressão do meu medo, posso dizer com segurança que minha mais forte forca (apertão, pressão, beliscão) nada que eu fizesse poderia tê-lo machucado - na verdade minha mão ficava vermelha, roxa e doida - saber disso me deixava tranquila e sem medo de continuar a segurar sua mão firmemente.
Aquela mão que sempre esteve estendida e me convidando para sua proteção, carinho, afago.
Mão que sempre me trataram e cuidaram tão amorosamente!!! que saudade!
Estava tentando me equilibrar para andar por aquela areia molhada que era o chão que meus pés pisavam naquele momento - imagine a cena na sua cabeça - consegue?
Posso dizer que era uma base nada firme - e com o meu medo de cair na primeira onda que chegasse, tentava firmar os pés tanto que meu calcanhar já reclamava.
Ué, e por que esse medo?
Acho que quando estamos com o homem que amamos gostamos até de cair, cair nos braços deles, ou cair e deixar que eles nos acudam e nos segurem. Mas, não estávamos sozinhos, havia o empregado indo com a gente e eu não queria fazer cena ou ceninha para outro homem que não fosse para ele.
E por isso, não queria de jeito nenhum andar desajeitadamente pela areia - mas com a forca da água me puxando comecei a me preocupar e, já conseguia me ver caindo pro lado e se tivesse sorte não chegaria nem a engolir agua, pois ele, hábil do jeito que era, iria com certeza me segurar.
Mas, enquanto eu pudesse tentaria me equilibrar até onde eu pudesse.
Embora eu estivesse extremamente cautelosa, a minha tentativa de andar elegantemente até alcançar o barco naufragou antes mesmo que eu saísse da parte rasa - pois sorrateiramente, uma ondinha, daquelas bem pequena mas muito invejosa, chegou me dando uma rasteira...sim, claro que se não fosse o Addi me segurando eu teria mesmo ido para baixo, me esparramado pro lado.
A cena se completaria com uma das minhas mãos ainda presa nas mãos dele, engolindo um pouco d´agua - e mais...pensando na outra pessoa que nos olhava e eu nem mesmo intimidade tinha.
E com certeza meu medo pelo mar iria aumentar.
Sim, isso mesmo, medo do mar...eu amo a praia, o mar, mas como tive um acidente na infância, sinto um medo que não sei como parar...sempre tenho sonhos com ondas gigantes tomando o mundo, apenas eu consigo passar porque um muro aparece e uma passagem se abre me oferecendo protecao e caminho...mas as aguas ficam tão gigantes e escuras, que eu não consigo explicar todo o resto do sonho que se repete até hoje.
Rapidamente ele decidiu que não me deixaria mais passar por aquela situação, me tomou nos braços e andando com segurança, naquela areia molenga e com as forcas das ondas invejosas, me levou pra segurança do primeiro barco.
Oh! a cena que eu não queria viver perto daquele outro homem estava acontecendo, eu não conseguia acreditar que tinha que passar por isso...baixinho, quase sussurrando pedi a ele (em inglês) que me colocasse no chão.
_Addi, please darling, put me back on the floor, I want to get going until the boat.
(Addi, por favor querido, me coloca de volta no chão, eu quero ir andando até o barco ..)
Ele sorriu mostrando aqueles lindos dentes brancos, com ar de quem vai rir me deu uma piscada com seu olho esverdeado (ele tinha olhos de cores diferentes), e disse:
-
I can not put you to floor Fri. First because I like to carry you ( opened a sweet and wonderful smile to me) and other thing the water is almost covering me and I have more than 2 meters ....Let me take you to boot and you will not wet your clothes.
( Eu não posso colocá-lo de volta no chão Fri. Primeiro porque eu gosto de te carregar (me olhando pelo canto de um dos olhos, sorriu-me, um sorriso doce e maravilhoso) e outra coisa, a água está quase me cobrindo e eu tenho mais de 2 metros .... Deixe-me levá-la até o barco e você não vai molhar suas roupas)
Não dava para discutir, afinal minha estatura não me ajudaria naquela situação.... e ficar engolindo agua ou nadar com aquelas roupas seria mais deselegante do que deixar ele me carregar e eu fazer ceninha perto de outro homem.
Então fechei meus olhos, me concentrei naquele conforto, estar nos braços daquele homem era um conforto sem palavras, um conforto aconchegante e precioso...na verdade, era uma felicidade que eu não sabia controlar..
E por não saber controlar, ou talvez porque eu não quis controlar...me entreguei, me deixei languida e totalmente entregue em seus braços - meu peso em seus braços deve ter sido sentido por ele..deve ter percebido que eu aceitei, que simplesmente desfaleci naquela entrega tao fácil de fazer.
Meus olhos fechados, o balanco do seu andar dentro do mar, envolvendo meu corpo numa sensação tão boa que juro, poderia continuar assim, dava um prazer tao simples, mas tao bom, tao bom que nao sei descrever.
Meus olhos olhando o sol, ainda que estavam fechados, eu sentia o calor e a luz do sol sobre eles - aos poucos de tanto olhar pareciam que eu estava a olhar uma bola vermelha e quente...apertava-os bem e eles voltavam a ver a luz branca amarelada do sol...
O frescor do vento marítimo dava um prazer danado na minha pele, eu aspirei aquele ar do mar, aquele ar daquele momento era todo especial...minha alma se soltou...voou, voou...completamente presa nos seus braços minha alma voou.. eu estava tão longe e tão dentro dele...estava dentro porque tava fora, estava fora porque estava dentro...não sabia, mas não importava, aquela sensação não precisava ser entendida, apenas sentida...
Me entregar em seus bracos me fazia ir pra longe do que eu era..do que eu estava sabendo que eu era, ou que eu pensei que eu era...ou o que eu estava SENDO.
Enfim, era como se eu entrasse dentro dele, pertencesse somente a ele...eu estava cada vez mais indo pra dentro daqueles bracos...minha pele entrava na pele dele, meus ossos nos ossos dele, meu sangue no sangue dele...eu era ele!
O ventinho fresco me lambia a pele...meu sentido olfativo exagerado captou o cheiro daquele ar fresco, meu paladar trouxe para dentro da minha boca seu sabor da boca do Addi...
Queria que ele sentisse que eu queria seus beijos...naquele momento ser beijada enquanto ele me levava pra um barquinho logo ali....
O contato da minha pele com sua pele me transportava para uma outra atmosfera...as vezes esse contato era um pouco perigoso, eu deixava de perceber que outras e outros estavam perto da gente.
E naquele momento quase me perdi...
O homem falou algo para ele...foi o momento que quebrou o encanto daquela linda e inesquecível sensação - soltei um suspiro e abri meus olhos...o que vi foram seus olhos que me fitavam...era como se estivessem escaneando meus olhos, minha mente, fazendo a leitura dos meus sentimentos.
Sentimentos que por poucos minutos, pensei que estavam codificados dentro dos meus sentimentos, pensamentos e emoções...
Estavam presos dentro dos meus olhos bem fechados - olhos fechados as vezes parece tela de cinema - a gente os fecha e comecam a aparecer imagens maravilhosas, depende do que queremos ver.
E mesmo que eu estive dentro daquela projetor secreto que eram meus olhos - do meu teatro ou cinema particular, ele conseguiu acessar - conseguiu decodificar, sabia o que eu sentia - percebi que ele sabia e corei.
Mas, tentei pensar em como agir, nao podia fingir que nao percebi que ele percebeu que eu o desejava, que me sentia deliciosamente bem em seus bracos ou abracos, seus beijos ou toques...seu cheiro ou sabor.
Por isso retribuir o olhar dele com meus olhos sorridentes - com sorrisos nítidos escancarei minha alma, quase como se respondesse sem palavras que Sim, ele estava certo, era isso mesmo...
Fiquei tão explícita...a claridade do que eu sentia era mesmo exata e lógica, dava o resultado do que ele mesmo iniciou - se eu reagia daquela maneira era porque foi ele que me ofereceu a chance de sentir alguma coisa que desenvolvesse aquele saborosa emocao e reacao.
E depois pensei comigo mesma, não precisava guardar segredo do que ele mesmo fez nascer dentro de mim - todos aqueles sentimentos ou desejos que eu sentia naquele dia ou em outros, foi ele quem me deu a chance de tê-los; com seu carinho, sua atenção, foi com seu charme, sua beleza (que não dava para dizer que ele não tinha e isso me assustava muito) com seu jeito simples de ser, sua juventude (que as vezes eu esquecia, pois ele agia apenas como homem e me levava a agir como mulher - sem chances para lembrar da idade), todo seu ser especial que me deixava simplesmente tão bem...tudo por causa dele.
Eu apertei os lábios enqto o olhava com carinho, meus olhos presos nos deles que fitavam o barco próximo.
Me senti tão cheia de atração, tão envolvida...queria beijá-lo tanto, dizer tantas coisas..queria acariciá-lo e pedir que me ensinasse a ser assim todo os dias.
Chegamos ao barco e ele me avisou que eu deveria me segurar quando ele me colocasse no barco, para que não caísse. O celular dele tocou e ele o atendeu...fazia tantas coisas ao mesmo tempo.
Falava ao telefone, me ajeitava no barco, pegava alguma outra coisa no barco, acenava pro homem que nos acompanhava...cansei de tentar entender aquele monte de ações.
Me sentei quietinha e esperei que ele sossegasse e respirasse calmamente perto de mim.
Mas ele não entrou no barco, beijou os dedos e enviou seus beijos para mim...se afastou um pouco e ficou parado na água conversando...parecia preocupado, aquele telefonema poderia estragar nosso passeio - pensei.
Mas, logo ele parou de conversar e veio para meu lado...decidi não perguntar imediatamente se algo tinha acontecido, fosse o que fosse eu nunca poderia ajudar, ele sempre resolvia tudo, o que eu poderia fazer e estar ao lado dele, deixando-o confortável e calmo...
O barco sacolejava enquanto todos nós nos acomodávamos...senti o homem remando e o barco movendo para outra direção...estávamos indo, para onde eu não sabia...
Continua ......